O Bispo Auxiliar de Bagdá (Iraque), Dom Shlemon Warduni, denunciou que a situação dos cristãos no país é cada vez pior e solicitou a ajuda internacional para esta comunidade.

Em uma audiência celebra na quinta-feira 20 de janeiro ante a comissão de assuntos exteriores da câmara de deputados da Itália, reunida para revisar as violações dos direitos humanos no mundo, Dom Warduni alertou que "os cristãos estão em grande perigo".

"Estão cansados, não sabem o que fazer nem aonde ir, seus direitos são restringidos. A situação das minorias piora cada vez mais e não têm proteção contra a violência".

O Bispo explicou que o país necessita uma solução integral e solicitou ajuda especial para "as minorias, entre as quais está a cristã fez muito para construir o Iraque".

Dom Warduni considerou que um dos primeiros passos deve ser "a cooperação de todos para obter a paz e a segurança no Iraque e no Oriente Médio. Se isto acontecesse ninguém emigraria ao exterior", um êxodo que se viu intensificado após o massacre do dia 31 de outubro na Catedral de Bagdá onde extremistas muçulmanos assassinaram 58 pessoas.

"Solicitamos a instituição de um tribunal internacional especial que ofereça luzes sobre os homicídios dos mártires cristãos, como o de Dom Faraj Raho, Arcebispo de Mossul (assassinado em 2008), e outros mais, queremos que todos saibam a verdade".

O bispo expressou aos deputados italianos seu desejo de que "falem com força aos países nos quais ocorrem tendências fanáticas que vêem nos cristãos os inimigos para a religião professada por eles, porque o perigo é que isto se difunda no mundo. Queremos que a ONU seja mais decidida na hora de defender os direitos do homem".

O Bispo também advertiu sobre a crescente islamização do Iraque, um país no que "os cristãos têm liberdade de culto mas não de professar a própria fé de modo pleno, onde as conversões ao Islã não se obstaculizam enquanto que as conversões ao cristianismo põem ao converso em perigo de morte. Já não é tempo de promessas mas sim de ações concretas".