O Papa Bento XVI participou da segunda Pregação do Tempo do Advento na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano, durante a manhã da sexta-feira, 10 de dezembro. Na ocasião, o pregador da Casa Pontifícia, frei Raniero Cantalamessa, O.F.M. Cap., falou sobre a resposta cristã ao secularismo, diferenciando-o do conceito de secularização.

Em declarações reunidas pelo Portal Canção Nova Notícias, frei Cantalamessa explicou que "a secularização é um fenômeno complexo e ambivalente. Pode indicar a autonomia das realidades terrenas e a separação entre o reino de Deus e o reino de César e, neste sentido, não é apenas não-contrária ao Evangelho, mas encontra nele uma das suas raízes profundas. Pode, no entanto, indicar também todo um conjunto de abordagens contrárias à religião e à fé, para o qual se prefere usar o termo secularismo. O secularismo está para a secularização como o cientificismo está para a cientificidade e o racionalismo para a racionalidade".

O capuchinho salientou que o secularismo possui muitas faces e se manifesta em diversos campos e realidades, defendendo a noção redutiva de real como somente aquilo que pertence à dimensão terrena. Nesse sentido, o mundo estaria imerso em uma espécie de eclipse do sentido de eternidade, em que a vida eterna e verdadeira após a morte torna-se uma espécie de incerteza.

"A queda do horizonte de eternidade tem sobre a fé cristã o mesmo efeito da areia jogada sobre uma chama: a sufoca, a apaga. A fé na vida eterna constitui uma das condições de possibilidade da evangelização", afirmou o pregador da casa pontifícia.

Frei Cantalamessa defende que, da mesma forma como para o cientificismo, a saída mais produtiva não consiste em combater o erro contrário, "mas fazer resplandecer de novo diante dos homens a certeza da vida eterna, aproveitando a força intrínseca que possui a verdade quando é acompanhada do testemunho de vida".

'Para o crente, a eternidade não é, como se vê, somente uma esperança, é também uma presença. Fazemos essa experiência toda vez que fazemos um verdadeiro ato de fé em Cristo, porque quem crê nele já possui a vida eterna (cf. 1 Jo 5,13); toda a vez que recebemos a comunhão [...]; toda a vez que escutamos as palavras do Evangelho", ressaltou o sacerdote franciscano.

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