A Agência Ecclesia do episcopado português noticiou hoje que o novo livro “Luz do Mundo - O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos”, resultado de uma entrevista de Bento XVI ao jornalista alemão Peter Seewald, chegou às livrarias portuguesas esta terça-feira, 30 de Novembro. A obra é apresentada como uma oportunidade para conhecer Bento XVI pelas suas próprias palavras. A tiragem da primeira edição foi de 10 mil exemplares, e a segunda edição já está em marcha.

A obra que retrata Bento XVI merece um olhar especial por parte do semanário Agência Ecclesia. Além da apresentação de excertos da obra, dois especialistas apresentam a sua opinião sobre as palavras do Papa: D. António Marcelino, bispo emérito de Aveiro, fala num “passo renovador”, fora dos canais tradicionais; Jorge Teixeira da Cunha, teólogo, explica “o que é novo” nas palavras de Bento XVI sobre temas de Moral.

Para D. António Marcelino, “Bento XVI foi sempre um pensador e um teólogo inconformado, incapaz de dormir descansado quando outros sofrem, mormente quando pensa que, pelas suas ações ou omissões, ele pode estar, de algum modo, na causa desse sofrimento”.

O bispo emérito de Aveiro em declarações à Ecclesia considera que o Papa “deu, publicamente, um passo renovador ao falar de problemas, concretos e atuais, fora dos canais tradicionais. Deu, deste modo, esperança a muitos que, na Igreja, por amor à Missão e fiéis ao essencial, sentem que, antes da última palavra, é importante que outras se digam e se escutem”.

Jorge Teixeira da Cunha assinala, por seu lado, a importância das afirmações do Papa sobre o uso do preservativo, a “humanização” da pessoa e da sua sexualidade.

“Bento XVI não faz um gesto a pender perigosamente para o lado dos direitos do sujeito, mas faz um gesto de pastor, como é esperado de um Papa, a consolar os errantes e a chamá-los ao bom caminho da conversão”, indica Teixeira da Cunha, Diretor-Adjunto do núcleo do Porto da Faculdade de Teologia da UCP à agência lusitana Ecclesia.

Peter Seewald assegura que Bento XVI não fugiu a nenhuma das 90 perguntas nem “modificou as palavras pronunciadas”, propondo apenas “pequenas correções” na transcrição final. Seis horas de entrevista dão origem a uma obra inédita, que procura “modificar a imagem do Panzerkardinal” e, mais do que mostrar Joseph Ratzinger numa versão light, permite, como diz Seewald, conhecer a “versão original”.