MADRI, 9 de fev de 2005 às 18:12
O Foro Espanhol da Família (FEF) reprovou o anteprojeto de reforma da legislação sobre reprodução assistida porque permitiria a criação de inúmeros embriões humanos para serem destinados à pesquisa e experiências.
"Com esta iniciativa o Governo vai promover a proliferação de embriões humanos
e seu uso como mero material a disposição dos cientistas", declarou Benigno Blanco, porta-voz do FEF, sobre o anteprojeto apresentado pela Ministra Elena Salgado.
O FEF recordou que “a tecnologia e o desenvolvimento da ciência devem ter como horizonte e como limite o respeito aos direitos humanos e a dignidade de todos e cada um dos membros da espécie humana, seja qual for sua idade e fase de desenvolvimento. Este projeto não suporia um progresso em nenhum caso, já que é um retrocesso no respeito à dignidade humana”.
O FEF pede ao Governo apostar na pesquisa com células tronco procedentes de adultos, cuja obtenção não expõe contra-indicação ética alguma e são de aplicação terapêutica imediata. As células embrionárias exigem a destruição do embrião e podem originar a aparição de tumores.
"O diagnóstico pré-implantatório supõe sempre a destruição dos embriões não pré-selecionados por sua incompatibilidade com a finalidade perseguida. Destruir embriões humanos por sua utilidade é instrumentalizar a vida desses embriões de forma eticamente reprovável", acrescentou Blanco.
O Foro explicou que o anteprojeto só proíbe a clonagem com fins reprodutivos, mas tanto o Convênio de Oviedo assinado pela Espanha como o Código Penal proobem todo tipo de clonagem. "Parece que este anteprojeto junto com a já anunciada lei de biomedicina pretendem impor uma ótica tecnocrática de utilitarismo tecnológico à margem de todo respeito à ecologia humana", advertiu Branco.