Ao receber esta manhã os 300 representantes da Federação Italiana de Jornais (Semanários) Católicos, o Papa Bento XVI ressaltou que uma tarefa dos meios de inspiração católica é ajudar a opinião pública a observar e ler a realidade desde um ponto de vista do evangelho, pois esta aproximação deve fazer-se presente na esfera pública.

Em seu discurso a esta federação que desde 1966 agrupa os órgãos de informação diocesana e de inspiração católica da península itálica, o Santo Padre afirmou que com a criação de canais de comunicação entre os diversos organismos da imprensa local se "respondia à exigência de promover a colaboração para aumentar a eficácia e o caráter incisivo do anúncio da mensagem evangélica".

"Esta é a função peculiar dos periódicos de inspiração católica: anunciar a Boa Nova através da narração dos fatos concretos que vivem as comunidades cristãs e das situações reais nas que se inserem", acrescentou.

Bento XVI disse que "um dos desafios culturais mais importantes da pós-modernidade é o modo de entender a verdade. A cultura dominante, a mais difundida no areópago mediático, adota frente à verdade uma atitude cética e relativista, considerando-a uma mais entre as opiniões e pensando, em conseqüência, que existem muitas ‘verdades’ possíveis e legítimas".

"Mas o desejo profundo do coração do ser humano testemunha a impossibilidade de contentar-se com verdades parciais. A verdade que deseja o ser humano é uma pessoa: o Senhor Jesus. No encontro com essa Verdade encontramos a paz e a felicidade verdadeiras. A missão da Igreja consiste em criar as condições para que se realize o encontro do ser humano com Cristo".

Colaborando nesta tarefa, continuou o Papa, "os órgãos de informação estão chamados a servir com valor à verdade, para ajudar à opinião pública a observar e a ler a realidade de um ponto de vista evangélico".

"Trata-se de apresentar as razões da fé que, assim como tais, vão além de qualquer visão ideológica e têm pleno direito de cidadania no debate público. Desta exigência nasce seu compromisso constante de dar voz a um ponto de vista que reflita o pensamento católico em todas as questões éticas e sociais".

Finalmente o Santo Padre exortou a seguir "sendo jornais das gentes, que querem favorecer um diálogo autêntico entre as diversas instâncias sociais, palestras de confrontação e debate leal entre opiniões diversas".

"Dessa forma -concluiu- os periódicos católicos, enquanto cumprem a importante missão de informar, desempenham, ao mesmo tempo, uma função formativa insubstituível, promovendo uma inteligência evangélica da realidade complexa e educando consciências críticas e cristãs".