O Padre Joseph Fessio, editor da versão em inglês do livro-entrevista "Luz do mundo", explicou que nesta obra o Papa Bento XVI não disse nada novo sobre o preservativo e tampouco fez uma "ampliação de exceções" como sustenta alguns meios de imprensa.

O sacerdote jesuíta, fundador e editor da Ignatius Press, a companhia encarregada de publicar em inglês as obras do Papa Bento XVI, considerou que –infelizmente para certos meios de imprensa–, "não há nada novo na declaração" do Papa sobre os preservativos, "exceto talvez um novo nível de incompreensão de parte de muitas pessoas inteligentes".

"A Igreja sempre ensinou claramente –para consternação de muitos– que o uso dos preservativos em atos procriadores é imoral" e o Papa não trocou este ensinamento.

O sacerdote sustentou que muitos, e não só na imprensa, consideraram "o complexo caso de um prostituto" que usa o preservativo para prevenir o contágio da AIDS usado pelo Papa no livro, "uma mudança no ensino da Igreja" mas "não o foi. O Papa simplesmente disse que a intenção de acautelar a infecção (com um preservativo) poderia ser um sinal do despertar da consciência moral".

O Pe. Fessio lamentou que "poucos entendam, incluindo os meios" o que foi dito pelo Papa e explicou que "o bem de proteger-se contra a infecção não justifica o ato sexual imoral".

"Quer dizer, no caso de um indivíduo, a prevenção da infecção com o uso do preservativo faz esse ato em particular menos mau. Entretanto, viu-se (e faz sentido) que quando existe uso massivo de preservativos, o falso sentido de segurança ante o risco faz que haja mais promiscuidade: mais freqüência, mais casais sexuais. E isto gera um maior risco de adoecer entre aqueles que conformam a população sexualmente ativa. Neste sentido, o uso do preservativo é um mal maior", acrescentou.

Em "Luz do mundo", o Papa ganhou os dois rounds: "não há mudança na doutrina da Igreja, só esclarecimento e aprofundamento" e tampouco "ampliou as exceções. Tudo o que há é a mesma antiga, imutável, mas de complexo ensinamento, doutrina da Igreja sobre o significado da sexualidade", concluiu.