O jornalista católico Vittorio Messori, que escreveu junto ao Papa João Paulo II "Cruzando o limiar da esperança", declarou ao jornal Corriere della Sera que o Santo Padre não tem "nenhuma intenção de renunciar a seu cargo, por mais que sua doença avance".

"A decisão de João Paulo II não mudou", explicou Messori e precisou que no último Ângelus dominical da Policlínica Gemelli, o Papa assegurou que continua servindo à Igreja.

“Essa frase deve ser interpretada como uma reafirmação de que, até em suas condições, a Igreja é governada e vai continuar sendo governada. E governada por ele, não por governos sombra”, acrescentou.

Segundo o jornalista, "nunca se insistirá o bastante, em efeito, no fato de que a Igreja não é uma multinacional e aquele que está em seu vértice não é um presidente, a quem lhe exige saúde, juventude e atitude de manager".

"Ninguém é, cristamente, mais eficaz que um pontífice como este, que o avanço do mau Parkinson e as outras feridas na carne estão transformando em um tronco dobrado e mudo, mas cujo espírito segue sendo indômito e cujo olhar se centra naquele cuja paixão quer testemunhar”, indicou.

“Essa consciência já decidiu –podemos confirmar– e ao menos para o futuro previsível não voltar atrás: o bem da Igreja hoje passa através do calvário de um vigário que leva cada dia a cruz que Jesus arrastou até o topo do Gólgota", concluiu.