Lima, 29 de out de 2010 às 13:11
O Assessor do Pontifício Conselho Justiça e Paz e Ex-presidente do Fundo Monetário Internacional (IMF), Dr. Michel Camdessus, explicou que ante a crise financeira internacional é necessário promover uma cultura da solidariedade global que tenha uma adequada raiz ética para promover o bem comum.
Conforme informa a nota de imprensa da Conferência Episcopal Peruana, o perito em economia fez estas apreciações em sua intervenção na terceira sessão da 11ª Semana Social Nacional.
O Dr. Camdessus disse que o mundo se vive uma cultura de lucro e que se deve procurar um modelo econômico que esteja orientado à solidariedade e à gratuidade. Do mesmo modo, ressaltou que a atual crise financeira que afeta ao mundo não é uma crise a mais, mas é a primeira crise da globalização.
O perito disse logo que a crise financeira se origina a partir de outros elementos, como a mudança climática, a crise alimentícia, a crise energética, e uma "crise cultural", que em sua opinião é a mais preocupante e é à qual menos importância foi dada pela sociedade.
O Assessor do Pontifício Conselho Justiça e Paz disse em seguida que a crise financeira tem uma origem na "carência ética" que se apóia em uma "cultura que procura lucros imediatos, onde o homem reduziu sua vida a uma função exclusivamente econômica".
Ante isso, o Dr. Camdessuss assinalou que se deve fortalecer uma cultura do bem global, apoiada em uma solidariedade também global de respeito aos povos.
Do mesmo modo, disse que se deve tomar em conta algumas dimensões diante do futuro para reverter a crise: uma mudança ética; que todos os países respondam às carências institucionais; combater a pobreza em colaboração com toda a família; e lutar contra a corrupção que afeta os nossos jovens.