“É hora de silenciar os fuzis e de pôr em marcha atos sinceros e reais de paz”, assinalou a Conferência Episcopal Colombiana (CEC) ao término sua de 78º Assembléia Plenária.

Mediante um comunicado, os bispos colombianos também se fazem partícipes da preocupação mundial pela saúde do Papa João Paulo II. “As notícias sobre seu delicado estado saúde, preocupam-nos e obrigam a redobrar a oração”, expressaram.

No texto, assinado pelo Presidente da CEC e Arcebispo de Bogotá, Cardeal Pedro Rubiano Sáenz, afirma-se que o Papa “desde seu leito nos anima com seu exemplo para acolher a sabedoria da Cruz”.

Processo de paz

O comunicado expressa que o Episcopado, “como todos os colombianos, queremos um país em que se respeite a liberdade, promova-se a verdade e se instaure a justiça”.

O texto cita o discurso breve inaugural do Arcebispo de Bogotá, que chama os legisladores a criar um marco jurídico para restaurar “as relações rachadas pelo conflito”, e dar ao país “uma lei de verdade, justiça e reparação”. 

Nessa oportunidade, o Cardeal Rubiano indicou que “o pensamento social da Igreja recorda que as vítimas do conflito não podem ser esquecidas”. Além disso, pede chegar a um acordo humanitário que libere a todos os seqüestrados e se inicie “um processo de negociação e de paz entre o Governo e as FARC-EP”.

Os bispos afirmam que seguirão denunciando “os crimes atrozes, a violência, venha de onde venha”, assim como “o deslocamento forçoso, o seqüestro e todas as violações de direitos humanos fundamentais”.

Defesa da vida

No comunicado, os bispos colombianos reafirmam, “uma vez mais, o princípio de que a vida humana deve ser respeitada desde seu início na fecundação até seu ocaso natural”. O texto expressa a preocupação do Episcopado por “todos os atentados contra a vida humana”.

“O caminho da conversão passa pela tomada de consciência sobre essa ‘conjura contra a vida’”, afirma o texto.

Por isso, a CEC apela “ao bom julgamento e à retidão de conscientiza dos legisladores”, para que não prosperem projetos de lei que promovam o aborto, a eutanásia e a clonagem terapêutica com células embrionárias.

Quaresma

Os bispos recordam que o tempo de Quaresma que se mora, “é ocasião propícia para a mudança e a conversão”; nos deixar conduzir “pelo Espírito de Deus” e assim “endireitar os caminhos e olhar com esperança a possibilidade de um país mais justo e mais fraterno”.

Explicam que neste Ano da Eucaristia, a Quaresma nos convoca a crescer na fé e na vida cristã, através da participação ativa em Missa e da solidariedade “com  os mais pobres e necessitados”.

Para isso se está promovendo a campanha de comunicação cristã de bens, que busca “aliviar em algo o sofrimento das vítimas” do maremoto de 26 de dezembro passado.

No texto, a CEC recorda a Mensagem de Quaresma do Papa, e se une à reclamação por uma especial atenção à Terceira chamada Idade”. Explicam que “o cuidado das pessoas anciãs (…) deve estar no centro de interesse de todos os fiéis”.

Finalmente pedem “ao povo cristão que ore para que o Senhor nos conceda a Paz, dom de Deus e responsabilidade dos homens de boa vontade”.

O comunicado também está assinado por Vice-presidente da CEC e Arcebispo de Tunja, Dom. Luis Augusto Castro Quiroga, e pelo Secretário Geral da CEC, Dom. Fabián Marulanda López.