O Arcebispo de Westminster e Presidente da Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales, Dom Vincent Nichols, assinalou que a recente visita do Papa Bento XVI ao Reino Unido "foi um êxito extraordinário" na que o Santo Padre mostrou o modo de falar da fé à sociedade atual e a necessidade de testemunhar a beleza da verdade e a santidade a todas as pessoas.

Em um artigo publicado no L’Osservatore Romano, o Prelado comenta que "certamente alguns expressaram opiniões diversas, mas foram poucos e isolados. Mais de meio milhão de pessoas viram o Pontífice em pessoa e mais de duzentas mil foram às ruas de Londres para vê-lo passar. Tive o privilégio de estar com ele no papa-móvel. Foi uma experiência maravilhosa ver os sorrisos, a alegria, o respeito e o entusiasmo de tantos. Esta visita enriqueceu muito o nosso país".

Depois de comentar as palavras do Primeiro Ministro, David Cameron, quem na cerimônia de despedida assinalou, recordando as palavras do Papa, que "a fé não é um problema a ser resolvido, mas uma parte vital de nosso discurso nacional", Dom Nichols assinalou que a visita do Santo Padre deixou uma agenda concreta para a Igreja no Reino Unido.

Em primeiro lugar, explicou Dom Nichols, o Papa "definiu o modo de falar da fé à nossa complexa sociedade. As qualidades que estabeleceu como essenciais são a cortesia, a sensibilidade para os êxitos e fracassos de quem escuta, a abertura do coração, a disponibilidade a dizer coisas difíceis com claridade e com razão, a capacidade de não menosprezar as exigências da fé".

Bento XVI, prosseguiu, "também evidenciou qual é o núcleo do testemunho que devemos dar. Ele nos pediu ‘testemunhar a beleza da santidade, o esplendor da verdade e a alegria e a liberdade de uma relação com Cristo’", aspectos que puderam ser observados nos distintos eventos de sua visita, como no "silêncio profundo de 80 mil pessoas em oração ante o Santíssimo Sacramento no Hyde Park. Esse silêncio de ouro" e no profundo gozo dos milhares de jovens que saudaram o Papa à saída da Catedral de Westminster.

O terceiro aspecto, continuou o Arcebispo inglês, se relaciona à capacidade de sacrifício que deve ser aprendido da entrega de Cristo na cruz: "Bento XVI nos recorda que só no dom do sacrifício pessoal de Cristo encontraremos a liberdade para expressar a oblação de si, que está ao centro de todo amor autêntico e duradouro. Conhecemos todos a nobreza de renunciar ao que queremos pelo bem de quem amo. Todos sabemos que o sacrifício é uma parte chave da própria realização", disse.

Finalmente o Prelado manifestou que "foi uma visita verdadeiramente notável. O Papa contribuiu a um importante passo em nossa rica história e nos ajuda a delinear nosso futuro. Damos graças a Deus por seu ministério e asseguramos-lhe nosso amor e nossas orações".