WASHINGTON DC, 27 de ago de 2010 às 14:58
Por ocasião da celebração do Dia do Trabalho que se celebra em setembro, nos Estados Unidos a Conferência de Bispos Católicos deste país divulgou a declaração "Um novo ‘Contrato Social’ para a ‘coisas novas’ de hoje", na que os prelados assinalam a necessidade de proteger a vida e a dignidade da pessoa humana no âmbito trabalhista, gerando uma economia ética que permita superar o desemprego e a pobreza.
Na declaração assinada por Dom William Murphy, Bispo de Rockville Center, destaca-se que com milhares de pessoas desempregadas nos Estados Unidos e depois de que os trabalhadores experimentassem tragédias tais como as dos mineiros em West Virginia e a explosão da plataforma petrolífera e conseguinte vazamento de petróleo no Golfo do México, os americanos "devemos procurar proteger a vida e a dignidade de todo trabalhador em uma economia renovada e robusta".
O também presidente do Comitê de Justiça Nacional e Desenvolvimento Humano do Episcopado indica que "Estados Unidos está sofrendo uma estranha transformação econômica, desfazendo-se de postos de trabalho e pondo à prova as redes de segurança social, à medida que a nação procura novas maneiras de regular e incrementar nossa economia", por isso, "os trabalhadores necessitam um novo ‘contrato social’".
O Prelado diz na declaração que a criação de novos postos de trabalho requer novos investimentos, iniciativa e criatividade na economia. Também ressaltou os ensinamentos do Papa Bento XVI, nas quais este faz um chamado a situar a pessoa humana ao centro da vida econômica e põe ênfase no papel que a sociedade civil e outras instituições mediadoras como os sindicatos têm na busca do bem comum.
"Os trabalhadores devem ter uma voz real e amparos eficazes na vida econômica", prossegue e assinala logo que "o mercado, o estado e a sociedade civil, os sindicatos e os empregadores têm funções a serem desempenhadas, as quais devem ser exercidas em inter-relações criativas e frutíferas. É necessário a ação privada e de políticas governamentais que fortaleçam as famílias e reduzam a pobreza".
"Devem ser criados novos postos de trabalho com salários e benefícios justos, para que todos os trabalhadores possam expressar sua dignidade mediante a dignidade do trabalho e possam cumprir o chamado de Deus a que todos nós sejamos Co-criadores. Deve forjar um novo contrato social, que comece por honrar o trabalho e aos trabalhadores, e que, em última instância, concentre-se no bem comum de toda a família humana", indica.