O V Foro Social Mundial concluiu em Porto Alegre com o compromisso de uma rede feminista latino-americana de lançar uma campanha continental para a legalização do aborto.

No marco do chamado “Foro Rosa” que reuniu a organizações de mulheres, homossexuais, transexuais e profissionais do sexo de diversos países, a dirigente do grupo de fachada “Católicas pelo Direito de Decidir”,  María José Rosado, anunciou que as feministas procurarão que “o direito ao aborto seja encarado não como método anticoncepcional mas sim como uma solução a um problema de saúde pública”.

“Católicas pelo Direito de Decidir” é o braço latino-americano de “Catholics for a Free Choice” uma organização fundada pela ex-freira divorciada Frances Kissling e financiada por empresas como “Playboy”.

O anúncio da futura campanha contou com o apoio da titular da Secretaria de Políticas Públicas para a Mulher, Nolcéia Freire, que impulsiona uma iniciativa para que o Congresso do Brasil aprove a legalização do aborto.

Por sua vez, o sociólogo argentino Juan Marco Vaggione afirmou que o chamado “Foro Rosa” se apresentou nesta quinta edição do Foro Social Mundial “muito mais político e com uma visão estratégica que lhe deu um protagonismo inédito”.

“Esta luta contra todo tipo de fundamentalismo e intolerância é uma nervura, todos nós estamos muito sensibilizados apesar de que nossas variadas reivindicações sejam muito específicas”, declarou María Ednalva, do “Grupo Rede de Mulheres do Mercosul”, outra organização feminista envolvida na promoção do aborto.

Durante o foro se destacou que se dará prioridade às campanhas pela legalização do aborto como um direito reprodutivo e o reconhecimento legal das “uniões de fato” entre casais de homossexuais.

Agenda feminista

Além disso, a Rede de Mulheres do Mercosul junto com a autodenominada “área lésbica do aglomerado internacional Diálogo Sul-Sul para a diversidade sexual” lançaram uma “Agenda Política das Mulheres”, que fixa estratégias com o objetivo de ter um impacto pró-o Abortista e anti-família na Reunião Pequim+10, em março próximo.