MEXICO D.F., 24 de ago de 2010 às 14:27

Um jornalista revelou que a atual diretora do Instituto das Mulheres (Inmujeres) do Distrito Federal, Martha Lucia Micher, que agora defende ferreamente as mulheres encarceradas pelo delito de homicídio em razão de parentesco –falsamente apresentadas como encarceradas por terem abortado– votou a favor da instauração deste delito quando era deputada de Guanajuato.

Em um artigo publicado no diário “Impacto El Diario”, o jornalista Enrique Sánchez recordou que Micher, "considerada como uma pessoa muito próxima a Marcelo Ebrard (quem atualmente é a autoridade suprema do Distrito Federal), primeiro aprovou o homicídio em grau de parentesco e logo sai em defesa dessas mulheres que entre lágrimas contam suas histórias, em espera de uma autoridade que tenha piedade de seus casos".

Em dias recentes, Micher ofereceu o apoio do ‘Inmujeres’ às presidiárias em Guanajuato por abortar e "enfatizou que esta criminalização não significa outra coisa que uma política institucional, discriminatória, machista, persecutória e misógina que defendendo-se no poder vulnera a dignidade e atropela seus direitos humanos. Logo procedeu a esconder sua cara em um capuz negro para evitar qualquer reflexo que delatasse sua dupla moral", acrescentou Sánchez.

Entretanto, "10 anos atrás quando ela era deputada local, ‘Malú’ Micher votou a favor de castigar o delito de homicídio em razão de parentesco até por 35 anos de cárcere, no Código Penal do estado".
Naquela ocasião ela disse que "foi sábia a decisão de deixá-lo em 35 anos. Por isso para mim é um dia histórico".

Há poucos dias, o Escritório do Alto Comissionado para os Direitos humanos da ONU concluiu sua missão de avaliação no estado de Guanajuato, e informou que não documentou um só caso de mulheres encarcerada pelo delito de aborto. Desta maneira, o comissionado desterrou a falsa denúncia do grupo feminista "Las Libres" que assegurou a existência de "dezenas de mulheres" sentenciadas por causar a morte de seus filhos recém-nascidos como vítimas da justiça mexicana da lei que protege a vida desde a concepção.