O Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, anunciou nesta quinta-feira a abertura da causa de canonização de 246 valencianos martirizados por ódio à fé durante a perseguição religiosa de 1936 na Espanha.

Segundo o edital assinado pelo Prelado, trata-se de "sacerdotes diocesanos, religiosos, religiosas e seculares martirizados por ódio à fé” entre 1934 e 1939.

Este é o segundo grupo de mártires valencianos da perseguição religiosa de 1936 que tem aberto o processo de canonização, depois do integrado por 226 pessoas que foram beatificadas pelo Papa João Paulo II em 11 de março de 2001 na Praça de São Pedro.

Foi revelado que este segundo grupo de mártires está integrado por 179 sacerdotes diocesanos, 6 religiosos, 4 religiosas e 57 leigos.

Segundo o edital, a abertura da causa se produz "levando em conta os anseios do clero da diocese e do povo fiel", para recolher as provas testemunhais dos mártires "antes de que as pessoas que possam testemunhar desapareçam" .

Os 246 mártires "são os que oferecem menos dificuldades sobre o fato martirial e sua fama de martírio, depois de uma laboriosa busca de notícias, documentos e testemunhos sobre cada um deles", indicou nesta quinta-feira o delegado diocesano para as Causas dos Santos, dom Ramón Fita.

Todos eles foram escolhidos "porque existe de cada um deles documentação  fidedigna do fato martirial", indicou.

Após o anúncio realizado pelo Arcebispo de Valência, no próximo dia  23 de junho será constituído o tribunal arquidiocesano que instruirá o processo canônico dos 246 mártires e "se provará, apesar do tempo transcorrido, sua perseguição e morte por causa da fé", acrescentou Fita.