O décimo segundo dissidente cubano solto pelo regime castrista chegou esta quarta-feira ao aeroporto de Barajas em Madrid acompanhado por meia dúzia de familiares, confirmaram fontes diplomáticas à agência Europa Press.

Trata-se do Arturo Pérez de Alejo Rodríguez, presidente da organização independente de Direitos humanos Escambay. Foi condenado a uma pena da prisão de 20 anos depois de ter sido preso na onda de repressão de 2003 com a que o regime respondeu ao êxito que estava tendo a oposição com iniciativas como o Projeto Varela, que promove um referendum na ilha para pedir reformas democráticas.

O avião da companhia aérea Iberia que transladava a Espanha desde Havana aterrissou às 13.24 horas, segundo a Agência Espanhola de Navegação Aérea.

Como o resto de seus companheiros que foram chegando ao nosso país, Pérez de Alejo e sua família serão alojados provisoriamente na hospedaria Welcome de Vallecas. Se ele decidir ficar na Espanha em lugar de viajar a outro país, será transladado a um centro de acolhida de Cruz Vermelha, CEAR ou Accem, as ONG que os estão atendendo.

Segundo a Comissão Cubana de Direitos humanos e Reconciliação Nacional, ilegal mas tolerada pelo Governo, Pérez de Alejo, de 59 anos, apresenta problemas de saúde que eram incompatíveis com seu internamento na prisão. Tem uma úlcera no estômago, um transtorno cardiovascular no ventrículo esquerdo e perda parcial de audição.

Na quinta-feira está prevista a chegada a Madrid de outros três presos liberados: Manuel Ubals González, condenado a 20 anos e ativista do Clube de Presos e ex-detentos políticos da província de Guantánamo; Ricardo Enrique Silva Gual (10 anos), médico e membro do Movimento Cristão Liberação e Alfredo Manuel Gentil López (14 anos), também médico e membro do chamado movimento que lidera Oswaldo Payá, segundo as mesmas fontes.

Se não houver imprevistos com o número de lugares disponíveis nos aviões, na sexta-feira chegariam outros quatro presos, embora poderiam incluir um quinto.
 
Eles seriam Blas Giraldo Reyes Rodríguez, condenado a 25 anos e diretor da biblioteca independente 20 de maio; Jorge Luis González Tanquero (20 anos), membro do movimento independentista Carlos Manuel de Céspedes; José Ubaldo Izquierdo Hernández (16 anos), jornalista independente e Antonio Ramón Díaz Sánchez (20 anos), membro do Movimento Cristão Liberação. A eles poderia unir-se Jesus Mustafá Felipe.

Segundo os dados da Comissão Cubana de Direitos humanos e Reconciliação Nacional, dentre eles outros dois apresentam problemas de saúde incompatíveis com sua permanência no cárcere, como no caso de Pérez de Alejo.

Jorge Luis González Tanquero, de 40 anos, tem, entre outras coisas, transtornos psíquicos e pancreatite, enquanto que Alfredo Manuel Gentil López, de 49 anos, apresenta, entre outros, insuficiência hepática congênita, bronquite crônica aguda e transtornos psíquicos.