O Secretário Geral e porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) e Bispo Auxiliar de Madrid, Dom Juan Antonio Martínez Camino, recordou na quinta-feira que a nova legislação sobre aborto, que entrará em vigor no próximo mês de julho, "põe em questão o edifício do direito" e pediu que se respeite a objeção dos médicos a esta prática.

Em resposta a uma pergunta sobre a decisão do Parlamento Forense de Navarra de aprovar uma proposição para se garanta o aborto "dentro" do território da Comunidade forense, o Prelado afirmou que "não valoriza atos políticos", mas lamentou a legislação que existe sobre a matéria na Espanha.

Assim, afirmou que a nova lei "não protege a vida dos que vão nascer", aos quais se referiu como "seres inocentes que têm direito inviolável à vida". "Não se pode tirar a vida a um ser humano inocente", reiterou.

Por outra parte, o Bispo recordou que a imensa maioria dos facultativos "sabem que (o aborto) não é um ato médico" e acrescentou que "têm direito a que se respeite seu direito à objeção de consciência".

Contudo, o Prelado manifestou que a posição da Igreja "não está contra ninguém", mas sim "está a favor da vida humana". Neste sentido, afirmou que o aborto não pode ser justificado alegando dificuldades na gravidez: "Um drama não pode ser solucionado com uma lesão de direitos".