O Bispo de Mar del Plata, Dom Juan Alberto Puiggari, lamentou que o juiz Civil e Comercial, Alberto Vidal, autorizou um aborto para uma mulher grávida de cinco meses, e assinalou que "a Igreja não pode ficar calada, porque sua vocação é defender o homem contra tudo o que poderia degradá-lo".

O aborto foi realizado no fim de semana no Hospital Materno Infantil de Mar del Plata, logo que o relatório médico expressou que a possibilidade de sobrevivência do recém-nascido depois do parto era nula.

Ante isso, o Prelado emitiu um comunicado onde pergunta se "a dramaticidade da situação" pode fazer-nos esquecer que se trata de um ser humano inocente.

"A gravidade do caso pode justificar a eliminação deliberada de um ser humano inocente no início de sua existência? A pressão que suportam inegáveis circunstâncias difíceis deveria eximir-nos de defender o primeiro direito humano, que é a vida, e recordar a grave responsabilidade que sobre essa vida têm em particular os órgãos decisórios, os profissionais da saúde que deveriam velar por ela?", perguntou.

"A grande contradição da cultura atual é que por um lado se proclamam os direitos humanos e por outro se vulneram os dos mais indefesos e quanto mais em nosso ordenamento jurídico, que da mesma Constituição prescreve defender a vida desde a concepção", denunciou.

Dom Puiggari disse que "como Igreja conhecemos o sofrimento de uma mãe em uma situação tão dolorosa e dramática, mas sabemos também, que a conseqüência de um aborto é uma ferida no coração que dificilmente cicatriza".

Do mesmo modo, assinalou que "não devemos julgar a ninguém, e muito menos da fé. Mas é bom recordar que a administração da justiça só é justa quando se exerce conforme com a verdade e o bem moral".

O Bispo reafirmou o valor inalienável da vida humana indicando que "as circunstâncias dramáticas que podem dar-se na vida das pessoas e que, no caso da concepção, podem afetar particularmente a mãe, requerem hoje mais que nunca o compromisso sério de toda a sociedade, provendo os meios necessários para cuidar, acompanhar e sustentar as pessoas em situações que muitas vezes são, difíceis de suportar, de assumir e de superar".