O Arcebispo de Mérida, Dom Baltazar P. Cardozo, reafirmou que os meios de comunicação devem servir à verdade e que os venezuelanos têm direito à liberdade de expressão em uma sociedade pluralista.

"A maneira como se exerce e se padece a liberdade de expressão e informação é um claro termômetro da valoração que existe tanto na sociedade como nos que exercem o poder, do direito dos cidadãos e instituições a construir o exercício da dignidade humana, que leva consigo a presença ou ausência do bem, a verdade e a fraternidade", expressou em um discurso na Universidade Católica Cecilio Acosta pela Jornada da Comunicação Social e Dia do Jornalista.

Nesse sentido, recordou que o relatório PROVEA 2007-2008 indicou que nesse período se registraram 147 violações à liberdade de expressão e o número de vítimas afetadas chegou a 186, o que fala "de um contexto de impunidade e arbitrariedade por parte das autoridades do Estado".

"A principal violação registrada é a agressão (40,14%), seguida pela intimidação exercida por corpos de segurança (32,65%), a ameaça (19,73%) e a perseguição verbal (11,56%) exercido por personalidades do entorno político", explicou.

Dom Baltazar assinalou que "o abuso de transmissões conjuntas obrigatórias na rádio e televisão das mensagens oficiais, usualmente denominados cadeias, é uma modalidade de restrição à liberdade de expressão que se utiliza na Venezuela".

O Prelado reafirmou o direito dos venezuelanos expressar-se livremente e recordou o papel dos meios de comunicação como moldadores da sociedade, por isso chamou os cidadãos a "indagarem, procurarem e criarem consensos na busca de um bem, verdade e fraternidade que abranjam a todos os homens e a todo o homem".