O Arcebispo de Kingston (Jamaica), Dom Donald James, denunciou que a violência que se vive nesta capital com os enfrentamentos que já cobraram a vida de 60 pessoas e nos quais outras 500 foram presas, é o resultado da corrupção que reina no país.

O Prelado assegurou que a violência que se vive nesta cidade na tentativa das forças da ordem de capturar o narcotraficante Christopher "Dudus" Coke para extraditá-lo aos Estados Unidos, "é conseqüência de uma combinação de fatores relacionados a problemas econômicos, a droga e a corrupção".

Em uma carta pastoral, o Arcebispo assinala ademais que "a anarquia é uma verdadeira ameaça para todos nós". "A violência –continuou– é resultado do relaxamento e da falta de integridade e de responsabilidade de parte de todos, mas sobre tudo dos políticos dos dois principais grupos que cortejaram e cultivaram relações durante anos com os chefes e bandas inteiras para ganhar seus votos".

Dom James também declarou à Rádio Vaticano que solicitou aos sacerdotes e aos fiéis que rezem especialmente pelo fim da violência e a paz, quando o governo decretou o estado de emergência por um mês.

Por sua parte, o Vigário Geral de Kingston, Mons. Kenneth Richards, comentou sobre esta situação que "os chefes como Coke se iniciaram nos anos 60 como sustentadores de partidos políticos, mas gradualmente obtiveram que as atividades ilícitas uma independência própria. Nos últimos 20 anos, as ilhas do Caribe se converteram em verdadeiras centrais de classificação da droga que vai desde a América do Sul até os Estados Unidos".

O que aconteceu no Tivoli Gardens, a zona aonde a polícia busca  por "Dudus" desde o domingo, "já esperávamos fazia tempo. Não é tanto uma novidade", indicou.

Monsenhor Richards também explicou que "as pessoas saíram às ruas a defender o Coke, entre os quais centenas de mulheres que organizaram uma manifestação, vêem este homem como seu benfeitor, inclusive o equipararam com Jesus".

"A polícia está buscando deter a escalada dos bandos de criminosos, mas estes esforços não terão êxito a menos que o governo proporcione os serviços sociais às pessoas que pedem, à sua vez, amparo e ajuda aos criminosos", concluiu.