Em recentes declarações reunidas pela Rádio Vaticano, Dom Luigi Padovese, Presidente da Conferência Episcopal da Turquia e vigário apostólico de Anatólia afirmou que “aproximar as igrejas européias das igrejas irmãs orientais”é uma das contribuições que a Igreja turca, como também a cipriota, poderão fazer durante o próximo Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, que se realizará no Vaticano de 10 a 24 de outubro próximo, sobre o tema “A Igreja Católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho”.

Ambas pertencentes ao Conselho de Conferências Episcopais Européias, as Igrejas da Turquia e do Chipre, - afirma o prelado em uma entrevista à agência SIR do episcopado italiano-, são “uma ponte entre dois mundos, duas culturas e também entre duas religiões” e por isso “poderão favorecer um olhar mais atentado e aprofundado dirigido às Igrejas Orientais”, afirmou.

Falando do Sínodo, o presidente da Conferência Episcopal Turca afirmou que este encontro interpela a Igreja da Turquia “seja do ponto de vista do diálogo ecumênico seja daquele com o Islã”. Vivendo em um país de maioria muçulmana os cristão não devem viver fragmentados em tantas riachos mas devem constituir um rio, colocando em evidência as coisas que nos unem e dando a idéia à sociedade islâmica de que os cristãos não estão divididos. Essa é uma riqueza. “Deve-se cancelar a impressão de que a Igreja, sobretudo a latina, esteja fazendo proselitismo”, afirma Dom Padovese.

“Somos uma presença que respeita as demais identidades confessionais e religiosas, – continuou o prelado – e queremos ser reconhecidos como tais, com todos os direitos, nós somos cidadãos do país no qual vivemos”. “O direito de reivindicar a cidadania plena, principalmente em países muçulmanos, torna-se cada vez mais importante”, afirmou o bispo.

“A nossa força se apóia não tanto na nossa fé, mas sim no direito que cada Constituição reconhece aos seus cidadãos. Nos países de maioria muçulmana o Cristianismo é visto como uma religião lícita, é permitido ser cristão, porém, muitas vezes, em vários aspectos, se vive uma situação de inferioridade em relação aos outros”, concluiu.