A comissão organizadora do Congresso Eucarístico Nacional (CEN) anunciou também a realização de um congresso de bioética realizado entre os dias 14 e 15 de maio, em paralelo ao CEN, onde os participantes poderão dar uma fundamentação científica, técnica e filosófica para preparar pessoas que possam lutar pela defesa da vida, em sua totalidade, como assinalou recentemente a Dra. Lenise Garcia, presidente do Movimento Brasil Sem Aborto.

A Igreja Católica reconhece a Eucaristia como fonte e ápice da vida. Ao apresentar o núcleo central da sua missão redentora, o próprio Jesus disse: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Portanto, uma das dimensões da Eucaristia, que não pode deixar de ser mencionada no XVI Congresso Eucarístico Nacional, é a Eucaristia enquanto pão da vida. Assim, a programação do CEN 2010 contará com um Simpósio de Bioética – inédito até então em um Congresso Eucarístico, nos dias 14 e 15 de maio, que tratará da defesa da vida, abordando temas desde a concepção até a morte natural, não deixando de focar na família e na importância da dignidade humana. Os conferencistas, na sua maioria, fazem parte da Academia Pontifícia para a Vida, assinala a nota de imprensa da equipe organizadora do evento.

Segundo Pe. Eduardo Peters, presidente da Comissão Arquidiocesana de Bioética e Defesa da Vida e responsável pelo Simpósio, a oração do Congresso Eucarístico nos convida a ser promotores da vida em plenitude. “Portanto, a vida em plenitude passa pela defesa da vida, da família e da dignidade da pessoa. Por isso, um simpósio desses dentro do Congresso Eucarístico”, esclarece.

Contudo, segundo Pe. Eduardo, hoje a vida encontra-se extremamente ameaçada em todos os aspectos. “Por isso, o Simpósio de Bioética tem finalidade pastoral. A idéia é introduzir o tema da defesa da vida e da família no contexto da atividade eclesial em todo País”, comenta. Assim, o objetivo último do Simpósio é o resultado posterior a ele. “Queremos despertar nos representantes de cada diocese a necessidade da permanente discussão do tema. Esperamos que, em cada canto do Brasil, sejam criadas comissões dispostas a tratar esses temas e lutar, junto às autoridades constituídas, para que projetos de leis contrários à vida não sigam adiante, por exemplo. Além disso, é por meio das comissões que os casais serão orientados sobre assuntos como planejamento familiar, reprodução assistida, etc”, comenta.

Os números não mentem. Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que todos os anos 46 milhões de mulheres grávidas abortam. Desses, 44% são feitos em clínicas clandestinas. Já no Brasil, o Ministério da Saúde prevê que 1 milhão das gestações terminam em aborto. Além disso, há ainda a luta para que a eutanásia - prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável, já realizada legalmente em alguns países pelo mundo, não seja legalizada no Brasil. E falando numa questão também problemática, pode-se citar o crescimento contínuo dos fins dos casamentos. Segundo a pesquisa Estatística do Registro Civil do IBGE, entre os anos de 1984 e 2007, a taxa de divórcios no País aumentou 200%, tornando-se um problema social. O que revela que é matéria de estudo e preocupação da Bioética todos os temas que estão ligados direta ou indiretamente à vida humana, desde a sua concepção até o seu termo natural.

Para a presidente do Movimento Brasil Sem Aborto, Dra. Lenise Garcia, “o que o Simpósio vai fazer é justamente dar uma fundamentação científica, técnica e filosófica para preparar pessoas que possam lutar pela defesa da vida, em sua totalidade”. Lenise irá promover uma palestra no Simpósio sobre Pistas de ação para a defesa da vida e da família.