O Diretor Geral da Legião de Cristo, Pe. Álvaro Corcuera, explicou as razões que levaram a sua congregação a emitir um comunicado na sexta-feira passada 26 de março no qual reconhecem, pela primeira vez e de maneira pública e explícita, os abusos que cometera seu fundador, o Pe. Marcial Maciel.

O Pe. Corcuera indicou que "uma vez ao ano temos a reunião com todos os superiores da congregação, que chamamos os diretores territoriais, e também com o Conselho Geral. Conversamos muito sobre esta situação tão difícil que nos correspondeu confrontar, e todos chegamos ao acordo para poder emitir um comunicado onde, logicamente, não podemos expressar todos nossos sentimentos".

"Mas sim queremos oferecer, uma vez mais, uma expressão de profunda dor e pesar para todas as vítimas que sofreram estes atos. É um ato de perdão que não tem nenhuma outra finalidade que a de abrir nosso coração com humildade a todas e cada uma das pessoas que foram prejudicadas, e desgraçadamente escandalizadas, pelas ações de nosso fundador, o Padre Maciel", continuou.

O Diretor Geral, em declarações a Radio Fórmula, citadas pelo diário Milênio, indicou também que a data em que o comunicado foi dado a conhecer, uma semana antes da Sexta-feira Santa, "não foi nenhum ato de oportunismo, simplesmente não queria esperar mais tempo, porque era necessário, era oportuno fazer uma ação mais contundente, clara e firme".

Depois de comentar que já falou com algumas vítimas de Marcial Maciel para pedir-lhes perdão, disse que "assim que possa ir ao México, certamente que quero me aproximar das demais pessoas, as quais aprecio e as que estou seguro, necessitam umas palavras e uma manifestação de proximidade".

Sobre a suposta responsabilidade de outros legionários nestes casos, o Diretor Geral disse: "expressamos também nosso perdão por não ter acreditado, o mesmo padre Marcial Maciel o havia negado, e considero que é um período muito importante para fazer uma sã auto-crítica".

Por último, o Pe. Corcuera comentou que tem a consciência tranqüila, mas que sente muita dor e pena pelo acontecido. "É algo que eu nunca tivesse imaginado no dia do capítulo geral quando fui eleito, se tivesse sabido tudo o que ia vir, teria havido um funeral, porque eu teria tido um enfarte, mas entretanto estou orgulhoso desta família, estou muito feliz com tudo o que eu vejo", comentou.