Ao apresentar este fim de semana a Carta pastoral do Papa Bento XVI aos católicos da Irlanda, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, ressaltou que este texto mostra a firme vontade e total disposição do Pontífice que se constitui em "uma guia para superar acontecidas culturas de silêncio e encobrimento ante alguns casos de abusos sexuais na Igreja".

O sacerdote descreveu o texto do Santo Padre como algo "muito esperado e impressionante que testemunha a dor e o compromisso pessoal de Bento XVI para contribuir a reparar, re-sanar e renovar". As palavras do Papa, acrescentou, "mostram uma muito profunda participação no sofrimento" das vítimas assim como "na decepção pela confiança que tinham posto em representantes da Igreja e que foi traída".

Em resumo, precisa o presbítero jesuíta, o Papa evita "todo recurso à desculpa ou a justificação para apontar ao invés um itinerário centrado na verdade, na consciência, no arrependimento e no esforço".

Respondendo logo às perguntas dos jornalistas, o Pe. Lombardi precisou que "tratando-se de uma carta pastoral é claro que nela não se fala das decisões relativas a eventuais demissões de prelados, que competem ao Papa e à Congregação para os Bispos".

Seguidamente explicou que a situação da Igreja na Alemanha é distinta a da Irlanda: "na carta o Papa confronta o problema em geral, mas também no contexto específico da Irlanda, que é distinto ao alemão".

O Diretor da Sala Stampa respondeu àqueles que procura sujar o nome de Bento XVI que "está aos olhos de todos que o Papa foi uma guia para superar passadas culturas de silêncio e encobrimento ante alguns casos de abusos sexuais na Igreja e que também assim escolheu o caminho da transparência e da decisão".

Quantos conhecem a história do Cardeal Ratzinger, disse logo, sabem que ele é "testemunha da busca da claridade e a coerência. Também durante o tempo que se desempenhou como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé foi contrário aos atos de ‘encobrimento’".

Finalmente o sacerdote disse que "nunca houve uma carta assim do Papa, é uma resposta que não deve subestimar-se: me parece consistente, não é uma resposta pequena".