O Diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, expressou ontem sua "preocupação e horror" pelos violentos enfrentamentos dos últimos dias na Nigéria, que causaram a morte de 500 cristãos da etnia Berom nas aldeias da zona centro-norte do país, atacadas por pastores muçulmanos da etnia Fulani.

O Pe. Lombardi particularizou que a leitura desses fatos indicaria que "não se trata de enfrentamentos de tipo religioso, mas social".

Por sua parte, Dom John Olorunfemi Onaiyekan, Arcebispo de Abuja (Nigéria), em declarações à Rádio Vaticano, afirmou que se tratava do "clássico conflito entre pastores e agricultores, somente que os Fulani são muçulmanos e os Berom cristãos. A imprensa internacional, com facilidade, é propensa a dizer que cristãos e muçulmanos se matam entre si. Mas esse não é o caso, porque não se matam por causa da religião, mas sim por reivindicações sociais, econômicas, tribais, culturais".

O Prelado explicou que "as vítimas são gente pobre que não têm nada a ver com tudo isto e não tem culpa alguma. Desde o ponto de vista da Igreja seguimos trabalhando para promover boas relações entre cristãos e muçulmanos e tentamos colocar-nos de acordo para dominar a violência e nos comprometermos juntos para enfrentar problemas concretos, políticos e étnicos".

"Rezamos pela paz, pelo bom governo, pela verdade. E rezamos também para que as pessoas se dêem conta de que a única forma de sobreviver neste país é reconhecerem-se como irmãos e cidadãos da mesma nação", concluiu o Arcebispo.