O Centro Jurídico Tomás Mouro anunciou que em dez dias teria um relatório completo preparado sobre a nova lei do aborto, que servirá para fundamentar "os eventuais recursos ante o Tribunal Constitucional e ante o Tribunal Europeu de Direitos humanos" e obter a derrogação desta norma.

"O povo espanhol não se resignará a que a história o julgue igual ao povo alemão que permitiu o genocídio nazista: nós não calaremos, e nossa voz se seguirá escutando sem considerar as ameaças, e sem temor às conseqüências", afirmou o centro jurídico.
Indicou que o relatório que prepara "ficará à disposição de todos os grupos" que defendem os não nascidos. Desta maneira, a organização se uniu a outros grupos pró-vida que rechaçaram a aprovação definitiva por parte do Senado da nova lei do aborto.

Por sua parte, o presidente do Foro Espanhol da Família, Benigno Blanco, também criticou os parlamentares por terem aprovado uma lei que vai contra "o sentir majoritário da sociedade espanhola", que pede proteger o não nascido e ajudar as mulheres grávidas.

A norma, advertiu, "fica ao lado dos interesses das clínicas abortistas e para facilitar seu negócio estabelece o aborto livre na prática até a semana 22 da gravidez e dá cobertura legal ao aborto por razões eugênicas e eutanásicas sem limite de prazo algum".

Do mesmo modo, a Federação Espanhola de Associações Pró-vida afirmou que "longe de nos desanimarmos", a atual situação "nos urge a atuar com mais força, carinho e dedicação pelos não nascidos e suas mães e por tantas pessoas que precisam curar-se das feridas do aborto".

"Esta luta não foi inútil e estamos seguros que muitos mais se unirão à defesa da vida humana e sua dignidade, porque há muita gente boa em nossa querida e maltratada Espanha", expressou.

Por outro lado, o Centro Jurídico Tomás Mouro indicou que também preparará "protocolos específicos contra a chamada violência de gênero na mulher grávida", porque a aprovação desta lei, além de trazer mais assassinatos de não nascidos, ocasionará uma maior violência contra a mulher.

"Os dados estatísticos demonstram que a mulher grávida é extremamente vulnerável a qualquer tipo de violência, já seja física ou psíquica. Neste sentido, a experiência leva a afirmar que um número significativo de mulheres que abortam o fazem pela violência exercida por seus casais, e sua decisão se fundamenta no temor às represálias", advertiu.