O Administrador Apostólico da Diocese de Comodoro Rivadavia, na Argentina, Dom Virginio Bressanelli, pediu que a jovem de 15 anos, violada na província de Chubut, ao sul do país, não seja submetida a um aborto, porque não só significa a morte de um ser inocente, mas também piorar o drama que a moça sofre nestes momentos.

"A condição de inocência da pessoa por nascer, mostra às claras o desenfoque no qual se incorre: a morte da criança por nascer nunca resolve o problema inicial, neste caso a violação. O único que se consegue é somar outro ato doloroso", advertiu o sacerdote em um comunicado.

No texto, Dom Bressanelli agradeceu à Juíza de Família Nº 3 de Comodoro Rivadavia, Verônica Daniela Robert, por negar-se a permitir o aborto, porque se trata do direito à vida de uma pessoa que está em formação e porque este delicado caso "requer uma adequada resposta da sociedade para evitar que as decisões em contexto de desespero, provoquem danos ainda maiores".

O sacerdote recordou que o Estado "deve ser o fiador da vida, os direitos e a felicidade de todos", por isso expressou sua preocupação de que "trate de negar a consideração religiosa e espiritual que merece o caso, como o fez a representante do INADI (Instituto Nacional Contra a Discriminação, a Xenofobia e O Racismo) em Chubut, argumentando que somos um estado laico".

"As convicções religiosas da família implicada nesta dolorosa situação não podem ser ignoradas já que também constituem um direito das pessoas", indicou, ao mesmo tempo em que lamentou que organismos como o INADI, "que se constituem para lutar contra a discriminação e a favor da igualdade de direitos", procurem alcançar seus objetivos negando o direito à vida a seres inocentes.

O Administrador Apostólico afirmou que o povo argentino valoriza e defende a vida "e só chega a expor o aborto perseguido pelo desespero", a pesar que "desde nossa experiência pastoral podemos constatar as traumáticas conseqüências que se desencadeiam na consciência das pessoas que recorreram ao aborto".

O sacerdote assegurou o compromisso da Igreja de "acompanhar à família com o passar da gravidez, nascimento e ulterior acolhida em seu lar natural ou também, como alternativa possível, oferece-lhe o amor de muitas outras famílias dispostas a adotar a criatura".

Finalmente, felicitou o Comitê da Bioética do Hospital Regional e a juíza Verônica Daniela Robert por defender a vida, assim como meios de comunicação entre eles, o jornal "Crônica", por não só informar, mas também "ampliar oportunamente os horizontes do debate de um tema tão delicado".