O Bispo Auxiliar Emérito de Sosnowiec (Polônia), Dom Tadeusz Pieronek, desmentiu categoricamente que tenha dito que o holocausto é "uma invenção dos judeus". Explicou que o site italiano Pontifex, que deu a conhecer erradamente suas declarações, não entendeu o que tinha querido dizer. Foi, indicou, "um mal-entendido total".

Em declarações à agência ANSA na Cracovia, o Prelado polonês esclareceu com precisão a suposta controvérsia: "eu estava me referindo ao fato de que os judeus criaram o término ‘Shoah’ para definir uma tragédia que não tinha precedente na história. O jornalista interpretou minhas palavras como se tivesse estado dizendo que os judeus tinham inventado a Shoah".

Seguidamente o Bispo de 76 anos, porta-voz do Episcopado polonês e conhecido por ser um grande humanista questionou: "Como poderia ter dito algo tão absurdo?"

"Todos aqueles que me conhecem sabem bem qual é minha posição sobre os crimes nazistas e sobre o horror do que aconteceu", disse logo Dom Pieronek.

O Bispo sai assim ao encontro da publicação feita pelo Pontifex em 25 de janeiro –e que já não aparece no seu Web Site– em uma entrevista titulada "A Shoah, uma invenção dos judeus", em que se destacava que Dom Pieronek teria dito: "Os judeus foram inegavelmente a maioria, mas não foram os únicos que morreram nos campos de concentração". E acrescentava que também houveram ciganos, poloneses, italianos e católicos. "Neste sentido o Holocausto é um invento dos judeus", concluía.

Com a controvérsia em marcha, Dom Pieronek desmentiu estas declarações que atribuídas a ele e denunciou "a manipulação das minhas palavras em uma entrevista jamais autorizada".

Apesar do desmentido, Pontifex publicou no seu Portal Web uma nota em 28 de janeiro em que exige que o Bispo reconheça mediante um comunicado público as declarações como certas, para o qual lhe oferece um prazo de dez dias. Caso contrário procederá a uma "ação legal por difamação".