PORTO PRÍNCIPE, 27 de jan de 2010 às 09:59
O Bispo de Cayes, Dom Guy Poulard, explicou que a tragédia ocorrida no Haiti no passado 12 de janeiro constitui "um fenômeno natural" e não um castigo divino. "Nossa atual desolação não é uma maldição de Deus", disse.
Em uma mensagem aos haitianos e aos familiares das vítimas do terremoto, o Prelado de Cayes mencionou que esta catástrofe não é "uma retribuição por parte de Deus". Comentou também que as interrogantes sobre o papel de Deus quanto ao desastre, teriam lugar mesmo se vivêssemos nos tempos do Antigo Testamento, e adicionou "a Palavra de Deus nos ilumina mais, Ele não fez isto para nos torturar".
Dom Poulard citou o evangelho de João para esclarecer dúvidas: "Porque de tal maneira amou Deus o mundo, que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que crê nele não pereça, mas sim tenha vida eterna. Porque não enviou Deus seu Filho ao mundo para julgá-lo, mas para que o mundo se salve por Ele".
Referindo-se logo à reconstrução do Haiti disse que o caminho vai ser longo e difícil. "Precisamos rezar. Necessitamos muita oração, e não a classe de oração que culpa a Deus pelo acontecido (…) mas a classe de oração que faz uma criança por seu pai, uma oração clarificadora, reveladora, uma oração pedindo o que fazer".
O Bispo dos Cayes reiterou sua convicção de que Deus está com o povo do Haiti. "O Espírito Santo nos ajuda nestes tempos difíceis. Temos uma árdua tarefa: muitos morreram, outros seguem desaparecidos, vários edifícios estatais e eclesiásticos se derrubaram. Mas nós seguimos vivos! A tocha da esperança foi acesa, trabalhemos juntos para reconstruir o Haiti", concluiu.