Pedro Morandé Court, Decano da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Chile e membro da Academia Pontifícia de Ciências Sociais, participou de Lima de um diálogo com jovens da associação "Ação Universitária", durante o qual explicou os diversos desafios que os jovens católicos enfrentam no âmbito universitário.

O Prof. Morandé advertiu que o processo de "industrialização" da universidade, onde a instituição é vista mais como um negócio que como uma comunidade educativa, "atenta contra a vida mesma da universidade", pois confunde "o saber" com a sabedoria. "O drama é que cada vez sabemos mais sobre coisas cada vez mais irrelevantes", ressaltou.

Morandé destacou que a missão da universidade é manter viva a tradição sapiencial, que se faz cultura pois, como dizia João Paulo II, "se a fé não se fizer cultura é uma fé débil". É necessário para a universidade o passo "do saber à sabedoria". "A cultura é o cultivo de nós mesmos. Quando o saber nos interpela, nos amplia o horizonte de nossa liberdade interior. Nos humaniza.", destacou o perito.

"O Humanismo não é uma ideologia, trata-se de reconhecer a Cristo como Logos, fonte e caminho da verdade. A verdade é seu próprio rosto. Nele não há diferença entre a verdade e sua pessoa", adicionou o Prof. Morandé.

O intelectual católico alentou os universitários a recordar que o núcleo da experiência universitária é "procurar a verdade, encontrá-la e comunicá-la". "Trata-se de manter viva a experiência da verdade. (…) A medida da cultura na universidade é se o saber nos transforma: quando não nos transforma estamos na lógica da indústria. (…) Mas a indústria sempre deixa nichos, espaços para que a autêntica experiência universitária possa dar-se".

Morandé concluiu animando os estudantes católicos a evangelizarem o mundo universitário "de pessoa a pessoa como fizeram os discípulos".