CARACAS, 18 de dez de 2009 às 17:54
A Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) deu a conhecer um comunicado pelo Natal no qual exortou a trabalhar pela paz e a reconciliação no país, recordou a necessidade de defender os direitos inalienáveis das pessoas e se solidarizou com quem experimenta, de uma ou outra forma, a crescente onda de violência que se vive no país.
No texto titulado "Natal: Tempo de Esperança e Paz", os prelados venezuelanos convidam a que todos "contemplem no portal de Belém o Filho de Deus feito homem" e proclamam "uma vez mais, a altíssima dignidade da pessoa humana e nosso compromisso na defesa de seus direitos inalienáveis, e deplorar os atentados contra os mesmos que se dão em nosso país, particularmente nas cidades e nas zonas fronteiriças".
Seguidamente os bispos expressam seu apoio "a todas aquelas pessoas, agrupamentos e instituições que através do trabalho perseverante, e com fiel apego à Constituição e às leis, manifestam seu descontento para as decisões que limitam contra as liberdades cidadãs, denunciam o exercício pouco democrático da autoridade, e reclamam sinais de reconciliação e inclusão social".
Depois de expressar sua preocupação por um grupo de jovens que se mantêm em greve de fome exigindo seus direitos humanos, a CEV recorda que "o Natal é um tempo de paz. Se queremos conseguir uma paz verdadeira temos que educar para a paz, que é produto da justiça, e criar juntos uma cultura da vida".
Por essa razão exortam a "fomentar em todas as instâncias da vida pessoal, familiar e social, o diálogo e o entendimento, e a rechaçar o recurso à violência, as ameaças e a desqualificação pessoal como via de enfrentar as diferenças. Rechaçamos, em particular, as ofensas injustificadas proferidas nos últimos dias por altos personagens do Estado em contra do Sr. Cardeal Jorge Urosa Savino, Arcebispo de Caracas".
A mensagem também manifesta a solidariedade dos bispos da Venezuela com "todos os que nestes dias sentem a inquietação e tristeza de ter perdido a seus seres queridos por causa da violência e a insegurança cidadãs, e aos que ficaram sem seus postos de trabalho ou vêem comprometidas suas economias pela irresponsabilidade de algumas instituições bancárias; aos privados de liberdade em razão de suas posições políticas".
Por isso fazem votos para que "o Menino Jesus que escolheu nascer entre os pobres e esquecidos deste mundo, lhes conceda seu consolo e seu amor" e rogam finalmente para que "Deus Padre conceda a todos compartilharem em 2010 a graça da paz e da esperança que seu Filho trouxe para o mundo”.