A aprovação de reformas nas constituições de 17 estados mexicanos para proteger o direito à vida estão tencionando os promotores do aborto no país. Para o analista Jorge E. Traslosheros, os que pretendem desviar a atenção pública argüindo que existe uma campanha pela criminalização do aborto, são os mesmos que lucram com o negócio de eliminar vidas inocentes.

"A quem tem feito do aborto um negócio, pelos recursos que recebem para promovê-lo ou pelas clínicas que instalam, esta reforma sim que os deve pôr muito nervosos o que, vendo-o bem, resulta lógico e explica sua reação tão pouco apegada aos fatos", explicou em um artigo publicado na edição Web de La Razão.

Segundo o perito, a onda de reformas "pôs os cabelos de ponta a quem promove o aborto" que "em resposta, lançaram uma poderosa campanha mediática e de faço lobby com quatro mensagens: que defender a vida atenta contra os direitos da mulher; que se machucou o Estado laico; que tudo é obra da ultra-direita e que se está criminalizando o aborto".

Sobre este último ponto, Traslosheros explica que "criminalizar significa qualificar juridicamente como crime uma conduta antes não considerada como tal. Nada parecido aconteceu no México. O aborto é um crime no México desde antes destas reformas, começando pelo Distrito Federal onde também é considerado como tal do momento da concepção, em caso de que se cometa contra a vontade da mulher".

"O que existe na república são exceções de responsabilidade penal quando o aborto aconteça em alguma das quatro hipóteses: por perigo de morte da mãe, por violação, por má formações do concebido incompatíveis com a vida e por acidente. Na capital, adicionou-se uma quinta cláusula que é quando se realiza durante as primeiras doze semanas de gestação, quer dizer, nos primeiros três meses de gravidez; se acontecer depois, inclusive com o consentimento da mãe, será considerado um crime. Isto é algo que ocultam os que promovem o aborto enquanto rasgam suas vestimentas", acrescentam.

"O que estamos presenciando é uma toma de consciência de que a mulher é também vítima direta desta prática, de que o aborto provoca a morte de um ser humano em sua primeira etapa de desenvolvimento e uma ferida profunda na mulher. Argumentar que existe uma campanha de criminalização no México é uma falácia que surpreendeu pessoas de boa fé quem, igual que todos os cidadãos, merecem a verdade", adiciona.

"Tenho a impressão de que os promotores do aborto estão espantados por uma razão que está relacionada com a reforma do código penal de Veracruz em seu artigo 150 onde se diz que, quem provoca o aborto a uma mulher mesmo com o seu consentimento serão penalizados com quatro a sete anos de prisão, sem que a mulher seja presa. Uma reforma que, que espera-se, será repetida em outros Estados", conclui.