A repórter Neneng Montano, voluntária da rádio diocesana DXCP de Filipinas, foi uma dos 22 jornalistas mortos no massacre de Maguindanao, com perto de 60 assassinados, e que se converteu na maior matança de pessoal da imprensa da história.

O presidente da rede de emissoras católicas, Catholic Media Network (CMN), Pe. Francis Lucas, destacou a valentia de Neneng Montano e afirmou que a repórter assassinada "era uma valente colaboradora". Indicou que os membros do CMN, do qual Radio DXCP forma parte, condenam o massacre e pedem à Presidenta das Filipinas, Gloria Macapagal-Arroio, encontrar os responsáveis.

Segundo a agência vaticana Fides, o sacerdote assinalou que "o massacre não pode ficar impune. É necessário garantir o estado de direito e o respeito dos direitos humanos em Mindanao. É uma tarefa do governo".

Indicou que "é urgente velar pelo amparo das mulheres, advogados e jornalistas, que muitas vezes são vítimas de violência, agressão e homicídios".

CMN abrange 54 rádios e três televisoras em toda Filipinas, sobre tudo no sul do país. Embora se trate de uma rede independente, está estreitamente relacionada com a Conferência Episcopal de Filipinas.

"Nosso trabalho é anunciar a verdade e estar perto da gente. Muitas vezes é uma tarefa arriscada, como testemunhou o massacre de Maguindanao. Estamos preocupados mas seguimos adiante. É parte da nossa missão ao serviço do Evangelho e dos pobres. Rezamos por Neneng e por sua família", expressou o Pe. Lucas.

A União Nacional de Jornalistas das Filipinas assinalou que este fato se converteu "no pior dia da história do jornalismo nacional". Do mesmo modo, Filipinas é o país mais perigoso para exercer o jornalismo, sobre tudo pela "difundida cultura da impunidade" que existe.

O massacre em Maguindanao ocorreu na segunda-feira passada quando um grupo de pistoleiros emboscaram uma caravana do candidato Ismael Mangudadatu. Filipinas se encontra próxima a celebrar eleições e segundo dados recolhidos, estas nunca se separaram da violência.