Em uma carta apresentada ontem ao Ministro da Educação da Espanha, Angel Gabilondo, os 52 mil objetores de consciência reunidos em 76 associações que se opõem à polêmica disciplina de Educação para a Cidadania (EpC), reiteram a esta autoridade a necessidade de solucionar o conflito atual mediante o diálogo.

O texto da carta assinala que "uma vez mais dirigimos ao senhor como representantes de milhares de famílias que tomaram a decisão, muito meditada, de exercer seu direito à objeção de consciência às disciplinas denominadas genericamente Educação para a Cidadania. Reiteramos-lhe nosso oferecimento para procurar uma solução a este conflito que já dura muito tempo e que tem judicializado o sistema educativo, tão necessitado de estabilidade".

Os impedimentos recordam ademais que na quarta-feira passada 23 de setembro se conheciam as primeiras sentenças do Tribunal Superior de Justiça de Castilla e León, que davam a razão plenamente aos pais objetores ao reconhecer, de forma contundente, entre outras coisas, que tais disciplinas (EpC) têm uma "intensa carga ética, moral e ideológica", assim como um "confessado propósito de reconstrução de valores".

"Estas recentes sentenças, as primeiras de quase trezentas que ficam pendentes em Castilla e León, devem confirmar que o Tribunal Supremo não resolveu, absolutamente, o conflito de Educação para a Cidadania", precisam logo.

A estas sentenças devem-se somar os 250 recursos apresentados esta mesma semana por pais objetores da Comunidade Valenciana, onde até agora o Tribunal Superior de Justiça não se pronunciou sobre o direito a objetar, explicam na carta ao Ministro.

Depois de recordar ao ministro que são 52 mil os objetores na Espanha, os pais recordam a Gabilondo que ele mesmo tinha oferecido o diálogo que até agora não se dá. "Ficamos à espera de sua resposta para encontrar, conjuntamente, uma solução a este conflito", conclui a carta.