O L'Osservatore Romano deu a conhecer hoje o texto da conferência de imprensa que o Papa Bento XVI ofereceu aos meios de comunicação durante o vôo de volta de Praga em sua visita à República Tcheca que culminou hoje. O Santo Padre explicou que uma contribuição fundamental da Igreja está no "diálogo intelectual entre agnósticos e fiéis que crêem".

Ao ser perguntando pelo papel da Igreja em uma nação em que os católicos são uma minoria, o Pontífice assinalou que "normalmente são as minorias criativas as que determinam o futuro, e neste sentido a Igreja Católica deve compreender-se como minoria criativa que tem uma herança de valores que não são coisas do passado, mas sim uma realidade muito viva e atual".

Seguidamente o Santo Padre indicou que "a Igreja deve atualizar, estar presente no debate público, em nossa luta por um conceito verdadeiro de liberdade e de paz. Assim pode contribuir em diversos setores. Direi que o primeiro e próprio é o diálogo intelectual entre agnósticos e crentes".

Ambos, continuou o Papa, "têm necessidade do outro: o agnóstico não pode estar contente com não saber se Deus existe ou não, mas deve estar em busca e sentir a grande herança da fé; o católico não pode contentar-se tendo a fé, mas sim deve estar em busca de Deus, e inclusive, no diálogo com os outros voltar a aprender a Deus em um modo mais profundo".

Educação e Caritas

Este, disse Bento XVI, "é o primeiro nível: o grande diálogo intelectual, ético e humano. Além disso, no setor educativo, a Igreja tem muito por fazer e muito para dar no que diz respeito à formação. Na Itália falamos do problema da emergência educativa. É um problema comum a todo Ocidente: aqui a Igreja deve de novo atualizar, concretizar, abrir para o futuro sua grande herança".

Um terceiro aspecto, disse o Santo Padre, "é a 'Caritas'. A Igreja sempre teve isto como signo de sua identidade: sair em ajuda dos pobres, de ser instrumento da caridade".

"A Caritas na República Tcheca faz muitíssimo em diversas comunidades, em situações de necessidade e oferece muito também à humanidade que sofre nos distintos continentes, dando assim um exemplo de responsabilidade para os outros, de solidariedade internacional e também de condição da paz", concluiu.