O Arcebispo de Madrid e Presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), Cardeal Antonio María Rouco Varela, assinalou que o mais grave da nova lei de aborto é converter esta prática infanticida "em um direito da mulher".

Em declarações à cadeia MONOPOLIZE, o Cardeal recordou que em junho passado a CEE publicou um documento sobre esta nova norma que se pretende passar e explicou que converter ao aborto em um "direito da mulher" supõe "uma mudança qualitativa moral muito grave" e uma "relativização muito profunda do direito à vida".

Do mesmo modo, assegurou que para responder a este anteprojeto será necessário utilizar os meios próprios do Estado de Direito.

Cruz JMJ

Ao falar logo do início do percurso da Cruz das JMJ, o Cardeal disse que "a Cruz com a que peregrinam os jovens é a que lhe entregou João Paulo II em 1964 quando ele pôs em marcha a iniciativa das Jornadas Mundiais da Juventude, junto com o ícone da virgem que depois se somou, levada pelos jovens católicos do mundo".

O Arcebispo afirmou que como o "mensagem de fundo" da celebração da primeira destas JMJs é a "exaltação da Cruz. Na Cruz está a salvação". "Que os jovens saibam por onde devem caminhar para conseguir a plenitude de seus dias. O caminho da salvação é o Senhor crucificado, grande indicador do futuro e da glória do homem", assegurou.

Ao opinar sobre alguns atos de violência ocorridos na localidade de Pozuelo o fim de semana, o Cardeal Rouco considerou que "aos jovens e ao homem se deve oferecer ideais, as grandes forças que lhe permitam caminhar.". Neste sentido que se trata de oferecer uma fórmula de existência positiva e de felicidade, "tanto a temporal como a eterna". "O que importa é que as gerações jovens deste tempo se encontrem com Cristo. Eles são o germe do futuro", adicionou.

Ao falar logo depois das relações com o governo socialista da Espanha, o Presidente da CEE disse que estas são "corretas, amáveis e até cordiais", mas ficam ainda "questões pendentes" como a polêmica disciplina de Educação para a Cidadania (EpC).

Finalmente, sobre a nova Lei de liberdade religiosa, o Cardeal Rouco ressaltou que "como não conhecemos o texto não podemos formular nenhuma afirmação".