Em uma recente coluna titulada "Reforma da saúde e o bem comum", o Arcebispo de Denver, Dom Charles Chaput, advertiu que aprovar uma reforma que não teve suficiente debate e que promove o aborto e a eutanásia, é um ato "imprudente e perigoso" que afeta seriamente aos Estados Unidos.

No texto publicado em 26 de agosto no jornal Denver Catholic Register, o Arcebispo cita um editorial britânico que considerava que os bispos dos Estados Unidos "até agora se concentraram em um assunto católico –assegurando que a atenção médica do estado não inclui o aborto– em vez de dedicar-se ao assunto mais geral do bem comum" e que os líderes católicos do país devem deixar estas "preocupações" para apoiar o Presidente Obama e seu programa sanitário.

Para o Arcebispo de Denver, este editorial é interessante por uma série de razões que explica: "primeiro, prova novamente que as pessoas não precisam viver nos Estados Unidos para ter opiniões inúteis e desinformadas sobre os assuntos locais. Segundo, algumas dessas pias vozes que alguma vez criticaram os católicos por apoiarem a um ex-presidente agora soam mais como acólitos do novo [presidente]".

Em terceiro lugar, prossegue Dom Chaput, "o aborto não é e nunca foi 'um assunto especificamente católico', e os editores sabem. E quarto, o crescente mau uso na linguagem do 'bem comum' no atual debate da reforma de saúde só pôde originar-se de uma de duas coisas: ignorância ou cinismo".

O Arcebispo de Denver assinala além disto que "nenhum sistema que permita ou ajude economicamente –sem importar se o faz de maneira indireta– o assassinato de crianças não nascidas, ou a discriminação dos anciãos ou pessoas com necessidades especiais, pode ser por si mesmo algo que ajude ao 'bem comum'. Considerar isso é uma mentira".

Seguidamente o Prelado comenta um correio eletrônico que recebeu de uma mãe que tem uma pequenina de 3 anos com Síndrome de Down, Madalena; no qual ela expressa suas preocupações e temores por esta reforma que discriminaria e não respeitaria a vida de sua filha.

"Honestamente –diz a mãe no correio– considero que as pessoas ao redor dele (Obama) não sabem –ou não lhes importa saber– o valor e a bênção de uma criança com necessidades especiais. Não confio neles para moldar uma política que respeite a minha filha em toda sua humanidade ou que imponha um 'valor' à sua vida".

Logo depois de expressar sua solidariedade com esta mãe; e expressar com ela sua preocupação por esta reforma de saúde, o Arcebispo de Denver recorda que esta iniciativa "é vital. Por isso os bispos dos Estados Unidos a apoiaram por décadas e ainda o fazem. Mas acelerar um esforço errático e complexo para este outono, em meio de tantas preocupações que seguem crescendo, é uma má política. Não só é imprudente, mas também perigoso.

"Como o Bispo de Sioux City, Dom Walker Nickless escreveu a semana passada: ' a falta de reforma de saúde é melhor que a má reforma de saúde'", acrescentou.

Finalmente, Dom Chaput disse que "se o Congresso e a Casa Branca querem genuinamente servir às necessidades de saúde dos americanos, precisam tomar as coisas com calma, escutar as preocupações das pessoas mais honestamente; e aprender o que 'bem comum' realmente significa".