CARACAS, 17 de ago de 2009 às 13:51

O Arcebispo de Caracas e Primado da Venezuela, Cardeal Jorge Urosa Savino, questionou e lamentou que a Assembléia Nacional aprovasse a nova lei de educação que "expulsa" Deus das escolas e recordou que, mais que outra coisa, os jovens da Venezuela "precisam aprender a religião" nos colégios.

"Eu em realidade estou bastante consternado de que a AN não tenha diferido esta discussão (…) para que houvesse a possibilidade de que todo o país e em especial os grêmios e as instituições dedicadas à educação tivessem podido conhecer o texto da lei que ia se discutir porque não se conhecia", disse em entrevista à Globovisión.

"É muito importante que as leis nos unam e não que nos dividam, que sejam uma
expressão do consenso da nação. Neste caso em realidade, vai ser uma lei polêmica. Esta já está passada, e inclusive, está promulgada e esperemos que haja uma atitude positiva de parte de todos os setores e assim se possa chegar a soluções, de maneira que não se dêem enfrentamentos por esta lei e que não se gerem problemas excessivos pela mesma", continuou.

O Arcebispo de Caracas expressou seu pesar por esta aprovação "especialmente porque evidentemente há muitos aspectos que se prestam à discussão" e também reiterou seu rechaço com o fato de "ter querido tirar a educação religiosa do horário escolar e do currículo escolar".

"Não se trata de tirar o Deus de Urosa das escolas, trata-se de que se tira a religião como uma matéria, algo que os jovens precisam aprender. Assim como necessitam educação física, deporte, arte também necessitam, mais que outra coisa, aprender a religião. Isso estava previsto na antiga lei e está previsto na constituição no artigo 59, é um direito adquirido. Isto é uma verdadeira lástima e ao mesmo tempo do ponto de vista legal é totalmente discutível", afirmou.

Ante este panorama, disse o Cardeal Urosa, "já veremos como procuraremos levar a educação religiosa escolar, mas o que ocorreu na quinta-feira à noite foi algo negativo, vamos pedir a Deus que ajude a todos os católicos e em especial às instituições educativas da Igreja e às comunidades a implementar a educação religiosa da maneira que seja possível a todos as crianças da Venezuela".