O Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Ubaldo Santana, expressou em seu discurso inaugural da 92º Assembléia Plenária deste organismo, sua solidariedade com o povo de Honduras, especialmente com os bispos do país centro-americano.

O também Arcebispo de Maracaibo assinalou que "nosso continente vive horas tensas pela grave situação que afeta ao irmão país de Honduras. Manifestamos nossa plena solidariedade com seus habitantes, particularmente com os mais pobres, que parecem ser os mais afetados por estas crises".

Por isso, disse o Prelado, "elevamos ferventes orações a Deus para que todos os atores envoltos no atual conflito, procurem, acima de qualquer interesse pessoal, a paz e o bem do povo hondurenho".

"Expressamos nosso apoio à Conferência Episcopal hondurenha e em especial ao Senhor Cardeal Oscar Rodríguez, Arcebispo de Tegucigalpa", acrescentou.

Seguidamente agradeceu o serviço do Núncio, Dom Giacinto Berloco; que dentro de poucos dias assumirá o cargo de Núncio na Bélgica; e sublinhou que "cada dia aumenta o clamor dos venezuelanos reclamando que os problemas e os conflitos se resolvam consensualmente por meio do diálogo e do entendimento".

"Aos trabalhadores do setor público e privado, sem restrição de preferências ou militância política, do governo central e regional, incluído estados e municípios que ganhou a oposição, como o caso da Prefeitura Maior, lhes deve respeitar o direito ao trabalho e à remuneração", explicou.

Seguidamente, Dom Santana denunciou que "o desconhecimento dos resultados eleitorais por parte das autoridades e o entorpecimento sistemático do exercício dos cargos obtidos através do sufrágio, são atropelos incompatíveis com o sistema democrático vigente. Rogamos ao Senhor ilumine os nossos governantes para que ponham logo remédio a estes desaforos".

Leis polêmicas

O Arcebispo disse logo que "a discussão que se suscitou no país pela possível aprovação na Assembléia Nacional de novas leis sobre Educação e o Projeto de lei Orgânica para a eqüidade e Igualdade de gêneros, brinda-nos a oportunidade de re-examinar à luz do Evangelho, da Doutrina Social da Igreja e das novas tendências culturais de nossa sociedade, temas que, para a Igreja, são de primitiva importância".

Nestes assuntos, prosseguiu o Presidente da CEV, "a Igreja tem uma palavra que dizer e uma mensagem que transmitir. Efetivamente tocam aspectos e valores fundamentais da organização da sociedade e da convivência humana".

Deste modo ressaltou que nos temas onde os bispos têm que pronunciar-se estão "o estado e o princípio de subsidiariedade, a liberdade e responsabilidade dos pais na eleição do tipo de educação que desejam para seus filhos, a educação religiosa Escolar, a centralidade da família e a dignidade da vida humana".