Ao presidir a Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Bento XVI dedicou sua habitual catequese a falar de sua nova encíclica social "Caritas in veritate" (Caridade na verdade) que se apresentou ontem; e expressou seu desejo de que este documento "ajude à humanidade a sentir uma única família comprometida em realizar um mundo de justiça e de paz".

Na Sala Paulo VI do Vaticano, o Santo Padre explicou que esta nova encíclica ressalta que "a caridade na verdade é a principal força impulsora do autêntico desenvolvimento da pessoa e da humanidade. (...) Só com a caridade, iluminada pela razão e pela fé, é possível alcançar objetivos de desenvolvimento dotados de valor humano".

A Encíclica, prosseguiu, "aprofunda a reflexão eclesiástica sobre questões sociais de grande interesse para a humanidade de nosso século, tendo em conta, de modo especial, o que escreveu Paulo VI em 1967 na Populorum progressio".

O Pontífice disse logo que Caritas in veritate "não deseja oferecer soluções técnicas aos grandes problemas sociais do mundo atual (...), mas recorda os grandes princípios indispensáveis para construir o desenvolvimento humano nos próximos anos, entre os quais destaca, em primeiro lugar, a atenção à vida do homem, núcleo de todo progresso autêntico; o respeito do direito à liberdade religiosa; (...) o rechaço de uma visão prometeica do ser humano, que o considere artífice absoluto do próprio destino".

"São necessários homens retos tanto na política como na economia, que estejam sinceramente atentos ao bem comum", continuou; e explicou que atualmente perante os sérios desafios mundiais "é urgente chamar a atenção da opinião pública sobre o drama da fome e da segurança alimentícia", que "terá que confrontar com decisão, eliminando as causas estruturais que o provocam e promovendo o desenvolvimento agrícola dos países mais pobres".

"A economia tem necessidade da ética para seu correto funcionamento; de recuperar a contribuição importante do princípio de gratuidade e da 'lógica do dom' na economia de mercado, onde a regra não pode ser apenas o proveito. Mas isto é possível unicamente graças ao compromisso de todos, economistas e políticos, produtores e consumidores e pressupõe uma formação das consciências que reforce os critérios morais na elaboração dos projetos políticos e econômicos".

Seguidamente indicou que "é necessário um estilo de vida distinto por parte de toda a humanidade, no qual os deveres de cada um com respeito ao ambiente se entrelacem com os da pessoa considerada em si mesmo e em relação com outros".

Bento XVI assinalou também que perante "os problemas enormes e profundos do mundo atual é necessária uma autoridade política mundial regulada pelo direito, que respeite os princípios de subsidiariedade e solidariedade e se oriente firmemente à realização do bem comum, respeitando as grandes tradições morais e religiosas da humanidade".

Finalmente pediu rezar por "os chefes de Estado e de Governo do G-8, que se encontram nestes dias em L'Aquila (Itália), para que nesta importante cúpula mundial se tomem decisões e saiam orientações úteis ao verdadeiro progresso de todos os povos, especialmente dos mais pobres".

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