O coordenador do Movimento Cristão Liberação (MCL), Oswaldo Payá, reafirmou que seguirão promovendo o Projeto Varela para uma democratização pacífica de Cuba, porque não fazê-lo seria esquecer a todos os cubanos que foram capturados por defender este ideal.

"Nenhum poder tirânico nem muitos poderes juntos nos farão abandonar este caminho (o Projeto Varela), porque seria esquecer a José Daniel e todos nossos irmãos prisioneiros, porque seria esquecer a nosso povo agora sem liberdade e não os esqueceremos, como o povo hebreu no cativeiro nunca esqueceu Jerusalém", expressou Payá com ocasião do Prêmio Democracia outorgado pela Fundação para a Democracia a cinco opositores cubanos encarcerados.

Através de uma mensagem, Payá agradeceu o gesto solidário que reconhece o valor e a entrega do Jorge Luis García Pérez (Antúnez), José Daniel Ferrer García, Liberado Linares García, Iván Hernández Carrillo e Íris Tamara Pérez Aguilera; detidos "por defender e promover pacificamente os direitos dos cubanos".

"Foram condenados sobre a base da calúnia acusando-lhes de atentar contra a independência nacional quando eles e nós consagramos a vida a lutar pela soberania e a independência nacional mas da convicção de que a soberania e a independência nacional se forem verdadeiras, são inseparáveis da liberdade e os direitos dos cidadãos", recordou.

Ante isso, o líder do MCL denunciou a existência de outros regimes, além do cubano, que em nome da defesa da soberania dos povos "tiram a liberdade a seus cidadãos, silenciam-lhes e lhes deixam sem voz e sem a possibilidade real de decidir soberanamente seu destino".

Nesse sentido, criticou que o Governo cubano "e outros com poder fora de Cuba" queira "silenciar e desqualificar esta campanha pelos direitos dos cubanos. Mas seguimos e seguiremos adiante porque os cubanos devem e merecem ser livres como também todos os povos do mundo".

Por isso, Payá pediu à comunidade internacional que "se querem apoiar o nosso povo, apóiem com sua voz e com seus corações o caminho pacífico e de reconciliação, mas inequivocamente para a liberdade e os direitos que queremos fazer os cubanos por nós mesmos".