Um relatório da associação Ajuda à Igreja Necessitada revelou que a Igreja na Guatemala enfrenta o agressivo avanço das seitas no país. Estes grupos se dedicam a procurar adeptos entre católicos de escassos recursos e representariam atualmente os 50 por cento da população nacional.

A equipe do AIN entregou um relatório depois de uma excursão de 17 dias por 10 das 14 dioceses do país, segundo o qual as seitas fundamentalistas se aproveitam da pobreza das pessoas para conseguir adeptos em troca de promessas de ajuda alimentícia, sanitária e até mesmo emprego.

O documento mostra como alguns líderes evangélicos apontam especificamente para a Igreja Católica para recrutar adeptos, atacando seus principais ensinamentos: a figura do Papa, a devoção à Virgem Maria e exagerando os escândalos que afetaram o clero em outros países.

O coordenador do AIN para a América Latina, Xavier Legorreta, declarou que a equipe da associação ficou impactada "pelos números de novos templos evangélicos que vimos durante a viagem, pareciam ter invadido todo o lugar" e estão surpreendidos pela velocidade do avanço das seitas apesar de que a Guatemala é um dos países com maior presencia evangélica do continente.

AIN encontrou líderes de seitas oferecendo roupa nova às pessoas pobres em troca de que freqüentem seus templos e como estas estratégias são mais fortes depois de desastres naturais.

"Parece que o que leva as pessoas às seitas não é um tema de fé mas sim de economia. É a promessa de enriquecer-se rapidamente. Pensam que o pastor pode dar-lhes dinheiro, um teto e todo tipo de ajuda", indica o documento da AIN.

Em resposta a esta situação, a AIN está ajudando os bispos guatemaltecos com um plano –ainda em discussão– para distribuir bíblias católicas em todo o país.

"Os bispos da Guatemala são muito conscientes do problema. A Igreja reconhece a necessidade de responder apresentando nossa fé com claridade e com todos os meios disponíveis", indicou Legorreta.

Para o representante, "a formação bíblica é chave nisto não só na Guatemala mas em todo o continente".