O prêmio Nobel da Paz e ex-presidente da Polônia, Lech Walesa, afirmou na Espanha que teria renunciado "vinte vezes" ao seu cargo de mandatário antes que assinar uma lei para permitir o aborto.

Walesa fez estas valorações ao intervir no Fórum a Europa junto ao candidato de “Libertas-ciudadanos” da Espanha às eleições européias, Miguel Duram.

O ex-presidente explicou que não estaria de acordo "nunca" com uma lei que permitisse o aborto porque não pode aceitar "o assassinato de inocentes", embora reconheceu que não acredita que nenhuma mulher queira "matar o seu filho", mas sim se verá motivada por "outras situações".

Explicou que não teria podido assinar uma lei a favor do aborto porque "não posso colocar o assassinato sobre minhas costas".

Por sua parte, Duram reprovou ao governo socialista espanhol que recorra "ao oportunismo" com estes temas e o faça ademais "em um contexto de crise". "Seria mais importante que as energias fossem dedicadas a resolver o problema dos quatro milhões de desocupados", sublinhou.

"Tenho vertigem que se jogue com estas questões e se faça um governo que se faz chamar progressista. É uma desventurada cortina de sangue que o Governo está lançando sobre o verdadeiro problema", adicionou.