O Arcebispo de Granada, Dom Javier Martínez, assinalou que o que fez o Papa Bento XVI em sua viagem a África foi dizer a verdade sobre a AIDS, de “que necessitamos mudar o nosso olhar sobre a sexualidade”.

Em um recente artigo, o Prelado se referiu às declarações do Pontífice sobre o uso do preservativo e a luta contra a AIDS, e que receberam críticas do mundo secular. “O que o Santo Padre disse na África é, simplesmente, que temos necessidade de mudar nosso olhar sobre a sexualidade. E também que temos necessidade de trocar nosso olhar sobre a enfermidade e sobre os doentes. Duas verdades evidentes”, afirmou Dom Martínez.

“O que afirmou o Papa é verdade. É verdade para a África e é verdade para nós. É verdade para tudo o que não se resigne a que nossa sexualidade, nem nada em nossa vida, seja como na vida dos animais”, indicou o Arcebispo.

Nesse sentido, o Prelado criticou que existam interesses em silenciar a verdade sobre a propagação da AIDS e a inutilidade do preservativo para combatê-lo, e que inclusive, dêem prioridade à sua distribuição maciça antes que as outras necessidade urgentes em matéria de saúde e educação.

“E se silencia o número de suicídios que se produzem entre as mulheres que abortaram. E se silencia a amargura infinita e a dor em que vivem a imensa maioria das que acreditaram que ‘isso’ era um direito, e não sabem que seria muito melhor que soubessem que fosse um pecado, porque os pecados, todos os pecados, há quem os perdoa, e quem nos ama e nos abraça e nos cura”, expressou.

Além disso, assinalou, silencia-se que na Andaluzia “a primeira causa de morte entre os adolescentes e jovens não são os acidentes de tráfico, a não ser o suicídio”. “E como se silencia, ninguém se pergunta por quê. Não é preciso perguntar-se, porque é óbvio que vivemos no País das maravilhas. E estamos lançados para o progresso. Certamente, a toda velocidade. A tanta velocidade, que já não podemos saber para onde vamos, se para o progresso ou para o abismo”, advertiu.

Por isso, Dom Martínez agradeceu ao Papa “por ter o valor de nos dizer a verdade, a nós e a nossos irmãos africanos”. “Obrigado por reclamar-nos a todos a uma vida de primeira classe, a uma vida verdadeira e plenamente humana! Milhões de homens pedimos ao Senhor todos os dias para que não se canse, para que não ceda, para que o Senhor lhe sustente e siga sendo livre!”, finalizou.

O texto em orginal espanhol e na íntegra se encontra em:  
http://www.arzobispodegranada.com/index.php?mod=articulos&lan=es&sec=7&cat=23&id=664