O Cardeal Jean-Louis Tauran, Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, assinalou que atualmente é necessário "um diálogo baseado na caridade, mas que não pode e não deve perder de vista a verdade. Este é o principal caminho que não se deve esquecer nas relações entre cristãos e muçulmanos".

Assim o expressou o Cardeal ao inaugurar em Burdeos, França, o primeiro encontro de bispos e delegados nacionais para o diálogo com o Islã na Europa promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais Européias (CCEE).

Para o Cardeal, o diálogo entre muçulmanos e cristãos na Europa é "uma graça para nós cristãos, porque nos obriga a aprofundar em nossa fé, assim que se não dialoga sobre a ambigüidade, a não olhar ao outro como um oponente, mas sim como um buscador de Deus e do Absoluto, a testemunhar que o homem não vive só de pão".

Conforme informa L'Osservatore Romano, o Presidente do Pontifício Conselho comentou que seu dicasterio "está se ocupando da redação de umas orientações pastorais para um diálogo na verdade e caridade que, esperamos que possa dar-se a conhecer ao retomar as atividades pastorais, quer dizer logo depois da pausa estiva".

O diálogo com os muçulmanos, que representam atualmente o 3 ou 4 por cento da população européia, disse logo o Cardeal Tauran, "dá-nos também a possibilidade de manifestar a nossos amigos que os respeitamos, mas que também esperamos deles um esforço mais decisivo sobre tudo para um conhecimento objetivo do Cristianismo e para o respeito da liberdade de conhecimento e religião, assim como se indica nos documentos internacionais".