O novo Arcebispo de Nova Iorque, Dom Timothy Dolan, em sua primeira conferência de imprensa à cabeça desta Arquidiocese dos Estados Unidos, destacou que a "missão mais importante que tem um Bispo" é "passar a fé que permanece invariável faz dois mil anos".

Na roda de imprensa de 40 minutos de duração, realizada no New York Catholic Center, poucos minutos antes de tomar posse desta importante sede na Catedral de São Patrício, o Arcebispo explicou ao referir-se ao tema do aborto e a ordenação de mulheres que "não posso mudar as coisas, inclusive se quisesse, porque mudá-las não é algo que deva fazer".

"Com freqüência disse que nossa meta é mudar nossas vidas de acordo com Jesus e sua Igreja, não mudar os ensinamentos de Jesus e a Igreja para que estejam de acordo ao que nos aconteça", precisou o Prelado.

Um bispo, disse logo, "pode mudar o estilo, o método, o jeito das coisas. O que não se muda é a essência das mesmas, mas o como, o estilo, pode variar-se".

Ao responder logo uma pergunta sobre o "matrimônio" de pessoas homossexuais, o Arcebispo de Nova Iorque indicou que "pregarei a verdade, sigo tentando aplicar os invariáveis ensinamentos de Jesus e de sua Igreja às situações contemporâneas".

"Neste assunto (…) como outras questões que suscitam controvérsia, a Igreja tem uma mensagem para dar. Sim, pode ver que não faço a um lado nem me escondo destes assuntos. E de novo lhe digo que (…) nós os bispos não estamos em política, porém defendemos os princípios", acrescentou.

Respondendo logo uma pergunta sobre como chegar aos jovens chamados a consagrar-se a Deus, Dom Dolan precisou que a vocação religiosa "é um dos estilos de vida mais liberadores e alegres que se pode ter na vida" e não é para nada uma carga, nem algo opressivo ou simples; como alguns acreditam.

Colocou como exemplo a umas religiosas comtemplativas em Milwaukee. "Do ponto de vista do mundo, estas mulheres deveriam estar tristes, aborrecidas, oprimidas", entretanto, ressaltou o Prelado, "são as mulheres mais livres, felizes, amorosas e contentes que existe. E isto não deveria nos surpreender".

"A verdadeira liberdade consiste em fazer o que temos que fazer, não a que nos leva a fazer qualquer coisa que queiramos. Somos o melhor que podemos ser quando damos gratuitamente o que está em nosso interior", adicionou o Arcebispo.

Depois de lembrar logo que a experiência de doar-se e do sacrifício é o que leva a felicidade, Dom Dolan se referiu aos imigrantes. "Qual é o primeiro lugar ao que vão? A paróquia, a Igreja". A Igreja, prosseguiu o Arcebispo, "converteu-se na versão espiritual da Estátua da Liberdade. Assim como esta prega o sentido da liberdade e um novo começo; a Santa Mãe Igreja abraça, acolhe e recebe aos imigrantes" que procuram à Igreja "para que os cuide, os apóie e os ame".