O Vigário Emérito do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Camillo Ruini, alentou aos fiéis à recuperação do sentido de pertença eclesiástica, quer dizer, voltar a experimentar "a alegria e a gratidão por ser parte da Igreja Católica".
Em um artigo publicado em L'Osservatore Romano após fazer-se conhecida a carta do Papa Bento XVI aos bispos sobre a remissão da excomunhão aos 4 bispos lefebvristas, o Cardeal Ruini denunciou como às vezes este sentido de pertença eclesiástica se está debilitando e em alguns casos chega quase a extinguir-se.
Em opinião do Cardeal, não se trata então "de alguma coisa secundária ou acessória, que deveria justamente ceder o passo ante nossa liberdade individual ou a nossa relação pessoal com Deus, ou inclusive ante tantas outras pertences que aparecem como mais concretas ou mais gratificantes. Faz falta pelo contrário reconstruir dentro de nós aquela convicção de fé que caracterizou ao Cristianismo desde seu início, segundo o qual o sentido da Igreja é parte essencial de nossa pertença a Cristo".
Depois de lembrar logo que o Papa quis ressaltar "a prioridade do amor e da comunhão entre nós: em concreto a prioridade da unidade dos fiéis em Cristo e a prioridade da paz entre todos os homens", o Cardeal Ruini explicou que nesta necessidade de recuperar o sentido de pertença eclesiástica "tem aqui sua raiz a acolhida do Magistério da Igreja e o esforço de conformar nossa vida a seus ensinamentos, mas também uma atitude que abrange a esfera dos sentimentos e que se traduz espontaneamente no afeto por quem na fé são pais e irmãos".
Se estes sentimentos "estão vivos em nós", prossegue o Vigário Emérito, "estaremos longe daquele gosto amargo de advertir o defeito e a flaha do nosso persumido adversário, que em realidade é nosso irmão" como explica o Papa em sua carta "aquele que com honestidade e dor nos ajuda a compreender" esta situação.