O Núncio Apostólico em Israel e Palestina, Dom Antonio Franco, declarou à imprensa que a próxima visita do Papa Bento XVI a Terra Santa terá um caráter exclusivamente religioso.
De Jerusalém, Dom Franco assinalou aos jornalistas que o Papa poderia pronunciar “alguma palavra com implicações políticas, mas é uma visita religiosa" em que, conforme destacou,  há-se "tratado de procurar um equilíbrio" na dedicação a israelenses e palestinos.
Na roda de imprensa celebrada no complexo religioso de Notre Dame, junto aos principais líderes católicos da região, o Núncio confirmou o itinerário papal anunciado pela Santa Sé.
De 8 a 15 de maio próximo, o Santo Padre visitará Jordânia, Jerusalém, Belém e Nazaré para "pedir ao Senhor, visitando os lugares santificados por seu passo terrestre, o precioso dom da unidade e da paz para o Oriente Médio e para toda a humanidade".
Dom Franco precisou que o Papa chegará a Terra Santa "acima de tudo" como "uma pessoa com fé" e manterá "visitas e conversações de cortesia" com líderes religiosos e com os presidentes de Israel, Simón Peres, e da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abás.
Detalhes da visita
O Papa Bento XVI celebrará Eucaristias em Jerusalém, Belém e Nazaré, onde se espera a maior afluência de fiéis, com "40.000 ou 50.000 cristãos locais", conforme calculou Dom Giacinto Boulos Marcuzzo, Vigário Patriarcal de nazaré.
O Santo Padre também se reunirá com o Grande Muftí de Jerusalém e com os rabinos chefes ashquenazí e sefardita.
Em Jerusalém, o Papa visitará o Cenáculo, o Muro das Lamentações, a Esplanada das Mesquitas e o Yad Vashem, onde renderá comemoração às vítimas do Holocausto, mas não visitará o museu que desde 2005 exibe uma fotografia do Papa Pio XII com um texto que tergiversa o rol do falecido Pontífice durante a perseguição nazista.
Dom Franco anunciou que as autoridades israelenses permitirão à pequena comunidade cristã de Gaza assistir aos atos do Papa e para que os cristãos de Belém possam ir a Nazaré, no Israel.