O Arcebispo de La Plata, Dom Héctor Aguer, denunciou que além da ausência de políticas integrais que ataquem o problema, a insegurança que curva à sociedade argentina tem suas raízes na miséria, a desintegração familiar e a perda do sentido do pecado.
Em sua reflexão semanal no programa “Chave para um Mundo Melhor”, irradiado por América TV, Dom Aguer considerou que “a insegurança não é um assunto policial, mas sim um problema político de primeira magnitude. Sua dolorosa vigência é um sinal eloqüente do quão mau anda a Argentina”.
“Sem dúvida o Estado tem um dever inalienável que é o de proteger a ordem social e assegurar a vida e os bens da população. E isto supõe uma tarefa cotidiana. Mas se nos fixamos nas causas reais desta situação, desta proliferação do delito, que não se davam faz vinte, trinta ou quarenta anos; devo advertir que sem políticas a longo prazo, sem uma consideração objetiva e completa do problema não vai haver uma solução”, indicou.  
Segundo o Arcebispo, a proliferação esta delito relacionada com a miséria. “A miséria, a marginalização, a exclusão das condições de uma vida digna, arrastam consigo miséria moral e expõem às piores tentações”, explicou.
Do mesmo modo, denunciou “a fragmentação da família e a perda de seu rol educativo. Na maior parte de quão delinqüentes povoam nossos cárceres, comprova-se, que não tiveram uma família detrás, que não houve uma família educadora, uma família que brinde amor e oriente a vida dos filhos”.
“A perda do sentido autêntico da família é um drama silencioso que se aumentou terrivelmente na Argentina. Estou falando da família a sério: a família apoiada no matrimônio. Hoje em dia se fala ligeiramente de viver em casal e demais, mas a família como âmbito de crescimento integral, como lar, como escola de vida, está muito menosprezada”, assinalou.
O Arcebispo também mencionou a “decadência da cultura popular, da que desapareceram certos valores fundamentais como o respeito, o sentido da justiça, a solidariedade, o valor da palavra dada, o sentido do esforço e do dever. Tudo isso está também seriamente afetado”.
“Pergunto-me se os ladrões e criminosos de hoje aprenderam alguma vez que matar e roubar são pecados graves. Por isso, aqui há um enguiço na comunicação das verdades religiosas e da encarnação destas verdades religiosas na vida pessoal e social. Se Deus não contar na vida da gente, a sociedade se torna cada vez mais desumana”, adicionou.