O Papa João Paulo II expressou sua surpresa pela rodagem de um filme sobre sua vida e deixou mudo o ator polonês que o representa no filme “Karol Wojtyla. A história de um homem que se converteu em Papa”, cuja estréia está prevista para o próximo ano na televisão italiana.

"Quando soube que o Papa me receberia me emocionei muito, mas ao mesmo tempo estava preocupadíssimo porque não sabia o que lhe dizer. Interpretando sua vida tinha tantas coisas que lhe perguntar mas quando seu secretário me apresentou ao Santo Padre pela primeira vez esqueci o texto", declarou Piotr Adamczyk à revista italiana Sorrisi e Canzoni, que publicará uma ampla reportagem sobre o encontro.

O produtor do filme declarou à revista que ao saber que seria feito um filme sobre sua vida, o Papa disse “estão loucos ao fazer um filme sobre mim. Mas o que é o que eu tenho feito?".

Adamczyk diz estar preocupado pelo que o Papa pensará do filme e de sua interpretação, já que em sua juventude o Santo Padre foi ator e comediante. "Espero que seja indulgente se encontrar algum engano no filme ou em particular em minha interpretação. Não é fácil interpretar um homem diante de quem todos perdem a voz como aconteceu comigo no  Vaticano", indicou.

O ator lembrou que na sua infância saiu para cumprimentar o pontífice quando este fazia sua primeira viagem como pontífice à Polônia em 1979, considera que João Paulo II “no final será o principal critico", e destacou que se trata de um filme de ficção e não de um documentário.

O filme de 100 minutos de duração e dois capítulos será estreado no início do próximo ano na Itália, informaram esta terça-feira fontes da produção italiana.

A história começa em 1930 em Wadowice (Polônia) quando Karol Wojtyla tinha dez anos e termina com sua eleição pontifícia em 16 de outubro de 1978, aos 58 anos de idade.

O filme, filmado quase todo na Polônia, é dirigido por Giacomo Battiato, contará com os atores italianos Raul Bova, Violante Plácido e Ennio Fantastichini e custará mais de dez milhões de euros.

A trilha sonora foi encarregada ao compositor italiano Ennio Morricone.