Um numeroso grupo de católicos de distintas paróquias, que celebravam a ordenação sacerdotal do primeiro presbítero nascido na ilha fluvial de Majuli, no estado de Assam, foram perseguidos, ameaçados e alguns golpeados, depois de participar da Missa que presidiu o Bispo de Dibrugarh, Dom Joseph Aind.

Conforme informa L'Osservatore Romano (LOR), ao retornar a seus povoados, as centenas de fiéis que chegaram à Eucaristia de ordenação sacerdotal "foram interceptados por um grupo de extremistas (hindus). Os membros da comunidade católica de Mariani, a mais numerosa presente na cerimônia, foram bloqueados por uma turma de 600 fanáticos, com o passar do caminho que conduz ao pier de onde deviam partir".

LOR relata além que "um pároco, o Padre Caesar Henry, e um reitor de uma escola local, Padre G.P. Amalraj, que viajavam junto aos fiéis, contaram que foram obrigados a descer de suas barcas e sair do caminho para logo serem golpeados. Logo os agressores se dirigiram ao grupo dos fiéis para golpear a alguns".

Os "hindus também gritavam lemas contra a comunidade, sobre tudo contra os missionários, que também foram ameaçados".

O Pe. Henry assinalou que "logo que celebramos o 60 aniversário da República, não somos acaso também índios? Não temos o direito de nos mover livremente sem ser assaltados e perseguidos porque somos um grupo de crentes e professamos uma fé?" e acrescentou "a Constituição garante a liberdade e iguais direitos a todos. Nossos grandes garúes e sábios (hindus) ensinam-nos talvez a abusar e aterrorizar a inocentes e gente singela que quer participar de uma celebração pública e religiosa?".

Em um comunicado, precisa logo LOR, "a comunidade cristã do Estado de Assam condenou os ataques sublinhando que se trata de fatos que feriram gravemente o sentimento religioso e, por isso, se protesta firmemente contra as graves violações de direitos humanos e da dignidade das pessoas".